“Em alguns casos foi necessário suspender a atividade assistencial, não está fora de hipótese a necessidade de suspensão de outras linhas, mas neste momento estamos a tentar equilibrar o melhor possível todas as áreas”, disse Marta Temido, em declarações à agência Lusa no Ministério da Saúde, em Lisboa.
Questionada sobre o aumento da afluência aos serviços de urgência por parte de doentes com covid-19 e outras doenças numa altura em que os centros de saúde estão com dificuldade em responder aos doentes não-covid, a ministra reconheceu que “é muito difícil encontrar o justo equilíbrio entre tantas necessidades que concorrem umas com as outras”.
“E a circunstância de a Linha Saúde 24 estar neste momento com dificuldades pode dificultar essa gestão de fluxos e, por isso, é que estamos a introduzir medidas na Linha Saúde 24”, adiantou.
Para evitar a corrida às urgências, a ministra apelou para que as pessoas se “abstenham o mais possível” de contactos evitáveis para se protegerem e para utilizarem as medidas não farmacológicas de proteção.
“Cada caso que é evitado é menos um caso que fica em risco, que gera outros casos e que sobrecarrega o sistema de saúde”, disse.
Marta Temido recordou que no dia 26 de dezembro do ano passado, quando se atingiu um pico de casos, o contexto era muito diferente.
“Estávamos em casa, os hospitais estavam parados em termos daquilo que era a sua resposta à procura normal, os centros de saúde estavam parados, não estávamos a vacinar ao ritmo que hoje estamos a vacinar e hoje estamos a fazer um conjunto de atos simultâneos que é muitíssimo mais exigente e, portanto, o sistema está de facto com dificuldades de resposta”, declarou.
Salientou ainda que “todos estão a fazer o melhor possível e todos estão a tentar encontrar as melhores soluções possíveis e todos os meios estão mobilizados” para dar a melhor resposta à população.
“Acredito também que, como em casos anteriores, isso nos vai permitir ultrapassar esta fase, sendo que hoje dispomos de um aliado extraordinário que é a vacinação e isso vê-se na doença grave, nos óbitos, nas complicações que felizmente são muito inferiores àquilo que tínhamos no final de dezembro do ano passado”, realçou.
A covid-19 provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
LUSA/HN
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