“Apenas 16% receberam fichas de exercícios do professor”, realça a agência das Nações Unidas.
Quase dois terços das crianças “estiveram envolvidas nalgum tipo de atividade de estudo durante o período em que as aulas foram interrompidas, contudo, o acesso e uso de materiais e recursos de aprendizagem foi muito limitado”, acrescentou.
O trabalho resulta da Avaliação Longitudinal da Desistência Escolar (ALDE), o primeiro inquérito do género representativo da realidade do país sobre crianças no ensino primário, destaca a agência das Nações Unidas.
Os dados foram obtidos através de um inquérito telefónico e identifica também estratégias dos agregados familiares para lidar com a situação, sendo que a maioria relatou dificuldades.
“A pandemia tem causado choques relacionados com perturbações no rendimento familiar e na segurança alimentar para a maioria dos agregados familiares”, lê-se no documento.
Ao mesmo tempo, 76% dos encarregados de educação “expressaram preocupação em relação ao estudo dos seus filhos quando as escolas estavam fechadas”.
A avaliação resulta de uma colaboração entre a Universidade Pedagógica (UP) e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano moçambicano.
Do mesmo trabalho resultou também um relatório sobre assiduidade e desempenho escolar, de acordo com o qual as crianças do ensino primário em Moçambique “estão ausentes da escola 39% do tempo”, em média.
Os dados são divulgados poucos antes do arranque do ano letivo, marcado para 31 de janeiro.
LUSA/HN
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