Maria do Rosário Bragança falava durante a cerimónia comemorativa dos 120 anos do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), que decorreu em Lisboa, e que passou em revista o trabalho de mais de um século da instituição.
A cooperação com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – organismo atualmente presidido por Angola – foi várias vezes sublinhado pelos participantes na cerimónia.
A ministra de Angola frisou mesmo que o IHMT representa “um paradigma da cooperação institucional”.
Segundo Maria do Rosário Bragança, a pandemia de covid-19 “reforçou a importância vital da ciência, da tecnologia e da inovação, bem como a necessidade e a urgência de se promover um acesso equitativo à informação científica”.
E enalteceu o potencial transformador da ciência aberta – prática recomendada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) – para “reduzir as desigualdades existentes na inovação e acelerar o progresso da humanidade”.
Segundo a UNESCO, a ciência aberta pode ser “uma ferramenta poderosa para reduzir as desigualdades entre os países e promover o direito humano de desfrutar e se beneficiar do progresso científico”.
“É um bom exemplo de exercício de não deixar ninguém para trás”, prosseguiu.
Durante a cerimónia foram assinados dois protocolos na área da saúde, um deles entre a Universidade Nova de Lisboa e o Centro de Lisboa Ocidental para impulsionar uma “colaboração estreita” entre o IHMT e o Hospital Egas Moniz através da partilha de experiências, saber e recursos, de modo a permitir um aproveitamento das sinergias dos profissionais ao serviço de cada uma das entidades.
O outro protocolo foi firmado entre a Fundação BAI e a Consulta do Viajante em áreas de cuidados primários de saúde e de epidemiologia molecular.
O IHMT foi fundado em 24 de abril de 1902, por carta de lei do rei D. Carlos I, como Escola de Medicina Tropical, uma área do saber que até ao início do século XX era ensinada na Escola Naval.
Em 1935, a Escola de Medicina Tropical passou a designar-se Instituto de Medicina Tropical (IMT) e após essa data teve vários nomes até à atual designação de Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Em 1980, foi integrado na Universidade Nova de Lisboa e a partir de 2017 foi também reconhecido como fundação.
LUSA/HN
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