PSD diz que demissão de Temido mostra “desorientação” de um Governo “sem rumo”

3 de Setembro 2022

O presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou hoje que a demissão da ministra da Saúde é sinal de “desorientação” de um Governo que está “sempre a reboque” dos acontecimentos e que “mais parece estar em fim de mandato”.

“São tudo indícios, infelizmente, de que temos um Governo hesitante, um Governo que não tem rumo, um Governo que não tem capacidade, nem vontade transformadora, nem reformista”, considerou o social-democrata na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto.

Em declarações aos jornalistas na AgroSemana – Feira Agrícola do Norte, e a propósito da saída da ministra da Saúde, Marta Temido, o presidente do PSD considerou que este é um sinal do “desnorte e desorientação” do Governo de António Costa.

Dizendo tratar-se de um Governo “que está sempre a reboque dos acontecimentos”, Luís Montenegro afirmou que estes primeiros meses de mandato “cheiram a fim de mandato”.

Marta Temido apresentou na madrugada de terça-feira a demissão do cargo de ministra da Saúde por entender que “deixou de ter condições” para exercer o cargo, que foi aceite pelo primeiro-ministro.

Nesse dia, o primeiro-ministro, António Costa, expressou um “agradecimento muito profundo” pelo trabalho que Marta Temido desempenhou como ministra da Saúde, explicando que “desta vez” não se tinha sentido em condições para recusar o pedido de demissão.

Na opinião de Montenegro, esta saída representa “a falência do projeto do PS, do PCP e do BE para o Serviço Nacional de Saúde”.

Mas, mais do que a saída de Marta Temido, o social-democrata referiu que o dado mais significativo foi a “afirmação arrogante” do primeiro-ministro sobre o facto da política de saúde se manter.

“Não é preciso ser dotado de grande capacidade para perceber que se a política vai continuar a mesma, os resultados vão ser iguais ou piores”, apontou.

Luís Montenegro realçou que o PSD defende “intransigentemente” o Serviço Nacional de Saúde, mas para haver um bom serviço o sistema de saúde público tem de contar com a complementaridade do setor privado e social.

“Até ao momento, por teimosia e uma teimosia inexplicável do primeiro-ministro e da ministra da Saúde, isso não foi posto em prática em prejuízo das pessoas”, vincou.

O social-democrata considera ainda que o “complexo ideológico do primeiro-ministro está a penalizar gravemente a saúde dos portugueses”, lembrando que os portugueses têm hoje as urgências encerradas em muitas especialidades, filas de espera à porta das urgências, pessoas sem acesso a médico de família e listas de espera para consultas, cirurgias e tratamentos.

“Isso tudo tem a ver com uma política de saúde que fracassou”, frisou, acrescentando que António Costa é “o maior amigo da saúde privada em Portugal que há”.

LUSA/HN

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