“O Chega entregará esta tarde na Assembleia da República um pedido de comissão de inquérito à gestão da covid-19, uma comissão de inquérito parlamentar para que seja apurada a gestão que o Estado português fez durante a covid, a restrição das liberdades, a aquisição de materiais fraudulenta, a aquisição de materiais com prejuízo do erário público e a aquisição de materiais com prejuízo do dinheiro dos contribuintes”, afirmou.
Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa, André Ventura defendeu que houve “vários episódios merecem preocupação”.
“A aquisição de ventiladores à China que nunca chegaram ou chegaram deteriorados, a aquisição de milhões de máscaras sem garantias de qualidade que não sabemos ainda a quem beneficiaram ou se beneficiaram alguma grupo económico em particular, e a aquisição de vacinas até ao acordo europeu de aquisição global levou também ao benefício de alguns grupos económicos”, elencou.
André Ventura assinalou a investigação da Procuradoria Europeia sobre a aquisição de vacinas anticovid-19 no espaço comunitário e defendeu que “o parlamento deve lançar a sua própria investigação visto que a nível europeu há indícios de fraude e de desvio de dinheiro muito significativo”.
O líder do Chega indicou que o partido quer que o parlamento analise o “período de março de 2020 até ao alívio destas medidas neste ano, em abril de 2022”.
“Estamos a falar de um período de cerca de dois anos em que a gestão da pandemia teve o seu núcleo central de aquisições, restrições e de pagamentos”, apontou, referindo que “em relação às vacinas esse período é ligeiramente mais curto porque Portugal a partir de um determinado momento passou a fazer parte do lote europeu de aquisição de vacinas”.
Ventura sustentou que o “período de pós pandemia merece já a serenidade própria dos partidos, instituições de justiça e dos envolvidos para que possa ser lançada uma grande investigação à forma como o Governo português geriu a pandemia Covid-19 e levou à aquisição de materiais com grande prejuízo para o erário público”.
O Chega já propôs várias comissões de inquérito desde o início da legislatura, mas foram todas rejeitadas.
Hoje, Ventura apontou que está a “fazer os contactos entre os outros partidos” para que “esta comissão de inquérito possa ir avante mesmo sem apoio do PS, necessitando para isso de 46 deputados”.
O presidente do Chega disse que acredita ter o apoio da Iniciativa Liberal, mas ainda assim não é suficiente, uma vez que estes dois grupos parlamentares somam 20 deputados (12 do Chega e oito da IL), pelo que o Chega vai “tentar junto do PSD obter o número de deputados necessários para que seja potestativa”.
No entanto, André Ventura referiu que “ainda não” obteve resposta por parte do partido liderado por Luís Montenegro sobre se apoiará esta e outras comissões de inquérito propostas pelo Chega.
LUSA/HN
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