“Todas as pessoas na UE, onde quer que vivam, devem ter as mesmas oportunidades de prevenir, tratar e sobreviver ao cancro”, disse ainda, na abertura da Conferência sobre o Cancro 2023, acerca da “erradicação das desigualdades nos cuidados” relativos à doença.
Kyriakides assinalou que as taxas de mortalidade, os fatores de risco e o acesso aos cuidados variam imenso, adiantando que as pessoas com níveis de escolaridade mais baixos e menor rendimento “são as mais afetadas” e que o acesso aos cuidados é mais limitado em áreas remotas.
Indicou que a conferência visa “unir forças” e “destacar a importância de garantir equidade no acesso ao tratamento do cancro”.
Segundo a comissária, “superar as desigualdades (…) será um desafio”, mas as hipóteses de sucesso “serão maiores” se se identificar e perceber as causas das disparidades.
O compromisso assumido com o Plano Europeu de Luta Contra o Cancro, lançado em 2021, “só pode ser alcançado enfrentando as diferenças inaceitáveis” que existem atualmente na UE, insistiu.
Uma das “principais iniciativas” no âmbito daquele plano, o primeiro Registo Europeu de Desigualdades do Cancro, permitiu a realização do “primeiro conjunto de perfis de cancro por país”, a divulgar na conferência.
De acordo com esta análise, a doença é a segunda causa de morte, “representando uma em cada quatro vidas perdidas na UE”, e “o cancro de pulmão continua a ser, de longe, a causa mais comum de morte por cancro” em todos os Estados-membros.
A comissária europeia da Saúde disse ainda que este ano estão previstas mais de 30 iniciativas no âmbito do Plano Europeu de Luta Contra o Cancro, precisando que depois do verão serão apresentadas “uma nova recomendação sobre cancros que podem ser evitáveis com uma vacina”, bem como “medidas para alcançar ambientes livres de fumo para ajudar a cumprir a meta de uma geração sem tabaco até 2024”.
Os 29 Perfis de Cancro (incluem a Noruega e a Islândia) mostram que os países da UE gastaram quase 200 mil milhões de euros em cuidados com o cancro em 2018.
Organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela Comissão Europeia, o estudo considera que as grandes diferenças nas taxas de mortalidade podem ser parcialmente explicadas “pela exposição variável a fatores de risco para o cancro, mas também pela diferente capacidade dos sistemas de saúde para fornecer acesso oportuno e gratuito ao diagnóstico precoce, bem como cuidados e tratamentos de alta qualidade”.
Os Perfis podem ajudar os decisores em relação a políticas, bem como a orientar investimentos e intervenções a nível regional, nacional e da UE no âmbito do Plano Europeu de Luta contra o Cancro.
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