Cerca de 80 milhões de gotas da vacina foram administradas às crianças em Moçambique, Maláui, Zâmbia, Tanzânia e Zimbabué desde o lançamento de uma resposta de emergência em março do ano passado, informou a OMS em comunicado.
O Maláui detetou a doença causada pelo poliovírus selvagem numa criança na sua capital, Lilongwe, em fevereiro do ano passado – a primeira vez que a estirpe foi reportada em África em cinco anos.
O vírus, cujo principal grupo de risco são as crianças até aos 5 anos, espalhou-se para o vizinho Moçambique, fazendo com que outros países da região estejam em alerta.
África foi certificada como livre de poliomielite em 2020, segundo a OMS, que diz que a recente estirpe teve origem no Paquistão, que juntamente com o vizinho Afeganistão, são os únicos dois países da região asiática onde o vírus ainda está ativo.
No último surto, o Maláui reportou apenas um caso e Moçambique registou oito, o último confirmado em agosto de 2022, segundo a OMS.
Embora a poliomielite se tenha espalhado em numerosos países africanos nos últimos anos, esses surtos estavam ligados a vírus originalmente contidos em vacinas, e não ao vírus original.
Em casos muito raros, o vírus vivo na vacina oral da poliomielite pode transformar-se numa versão capaz de causar epidemias, particularmente em populações que não foram imunizadas.
As campanhas de vacinação continuarão na África Austral “para que todas as crianças recebam a proteção de que precisam”, disse a diretora da OMS em África, Matshidiso Moeti.
Estão previstas pelo menos cinco rondas de vacinação para este ano, na sequência de 19 que ocorreram no ano passado, adiantou, acrescentando que a região tem “feito enormes esforços” para reforçar a deteção da poliomielite e controlar a propagação do vírus.
Uma delegação de alto nível da Iniciativa Mundial de Erradicação da Poliomielite (GPEI), liderada por Chris Elias, presidente do Conselho de Supervisão da Poliomielite e presidente da Fundação Mundial Bill, e Melinda Gates, e que integra, também, a diretora regional da OMS, Matshidiso Moeti, entre outros, visita Moçambique no âmbito dos esforços conjuntos para apoiar a resposta do país à poliomielite e ao surto da cólera.
Durante a sua estada em Moçambique, a delegação vai, entre outros, manter encontros com as autoridades governamentais e visitar a província de Tete, onde no mês de maio de 2022 foi notificado um caso de poliovírus selvagem do tipo-1, e paralelamente, é a mais assolada por casos de cólera, surto iniciado em setembro do ano passado.
LUSA/HN
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