Utentes de Grândola querem dar ao ministro da Saúde documento com reivindicações

18 de Fevereiro 2023

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Grândola, no distrito de Setúbal, vai tentar entregar em mão ao ministro da Saúde um documento que elenca reivindicações e problemas na região, foi hoje anunciado.

“Vamos elencar num documento as reivindicações e os problemas e entregar em mão, se o ministro nos receber ou ouvir quando cá estiver no dia 27”, afirmou à agência Lusa o porta-voz desta comissão de utentes, Mariano Paixão.

Esta decisão de entregar o documento ao governante foi tomada num plenário de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no concelho de Grândola e do Hospital do Litoral Alentejano, realizado esta tarde na vila alentejana.

Segundo o responsável, está prevista para o dia 27 deste mês uma visita do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a vários concelhos do litoral alentejano e ao hospital da região, situado em Santiago do Cacém.

“O presidente da Câmara [de Grândola] esteve presente no plenário e foi ele que nos informou que tinha recebido uma comunicação do ministério sobre a visita” do ministro da Saúde, adiantou.

Mariano Paixão realçou que, no plenário desta tarde, os utentes apresentaram problemas relacionados com “os tempos de espera para consulta e a falta de médicos e de condições” nos serviços de saúde na região.

“No final da reunião, fizemos um levantamento das questões que vamos, agora, apresentar” ao ministro, acrescentou.

De acordo com a Comissão de Utentes de Grândola, os habitantes deste concelho alentejano têm “bastantes dificuldades no acesso aos cuidados de saúde” e “cerca de três mil utentes não têm médico de família”.

“A Extensão de Saúde do Canal Caveira só tem médico uma vez por mês, além da ausência de assistência médica no concelho após as 22:00”, sublinhou.

Quanto ao Hospital do Litoral Alentejano, referiu a comissão de utentes, a unidade hospitalar já ultrapassou os tempos máximos de resposta garantidos em diversas especialidades.

“Por exemplo, atualmente, apenas existe um médico para 100.000 utentes nas especialidades de cardiologia e urologia”, salientou.

NR/HN/LUSA

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Um terço dos portugueses desconhece direito a segunda opinião médica

Trinta por cento dos cidadãos inquiridos num estudo pioneiro não sabem que podem solicitar uma segunda opinião médica. O desconhecimento dos direitos na saúde é particularmente preocupante entre doentes crónicos, que são quem mais necessita de navegar no sistema

Internamentos sociais disparam 83% em dois anos e custam 95 milhões ao SNS

A taxa de internamentos considerados inapropriados – situações que poderiam ser tratadas em ambiente não hospitalar – cresceu quase 20% nos últimos dois anos. Os custos associados a estas permanências dispararam 83%, pressionando a sustentabilidade financeira do sistema de saúde e revelando falhas na articulação com a rede social

Quase 15% dos utentes continuam sem médico de família atribuído no SNS

Apesar de uma ligeira melhoria em 2024, 14,5% dos utentes inscritos nos cuidados de saúde primários continuam sem médico de família atribuído. As assimetrias regionais são gritantes, com Lisboa e Vale do Tejo a concentrar a maior fatia desta carência, levantando sérias questões sobre a equidade no acesso à saúde

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights