Nos últimos dois dias, as assembleias municipais de Bombarral (PS), Lourinhã (PS), Cadaval (PSD), Sobral de Monte Agraço (CDU), Alenquer (PS) e Arruda dos Vinhos (PS) aprovaram por unanimidade a moção “Por um novo hospital do Oeste”, a que a agência Lusa teve acesso.
Já a Assembleia Municipal de Peniche (independente) aprovou a moção por maioria, com uma abstenção do Chega.
A Assembleia Municipal de Torres Vedras (PS) vai discutir na terça-feira a moção, que deverá ser também aprovada, tendo em conta a posição unânime assumida por todo o executivo da câmara municipal.
A moção, a ser enviada ao primeiro-ministro, ministro da Saúde, Assembleia da República e à Assembleia Intermunicipal do Oeste, “manifesta o seu apoio à posição assumida pela OesteCIM sobre o novo hospital do Oeste e ao estudo apresentado para a definição da melhor localização, respeitando o princípio demográfico e geográfico da região, a definição do perfil e suas valências”.
Os deputados municipais dos vários concelhos defendem que o novo hospital vem dar “um contributo decisivo para a melhoria dos índices da qualidade de vida na região Oeste” e que a sua necessidade é discutida pelos municípios da região “há mais de 20 anos”.
A moção recorda que os atuais hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche, com serviços espalhados por estas unidades, “não conseguem dar respostas satisfatórias às necessidades dos utentes”, por existirem “carências estruturais na área de recursos humanos e de infraestruturas”.
A melhoria das condições de trabalho é exigida para permitir fixar médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde.
As assembleias municipais lembram que a OesteCIM encomendou um estudo à Universidade Nova de Lisboa para “se escolher o melhor local para o novo hospital” de forma “apolítica”.
“O futuro hospital do Oeste, de acordo com o estudo, deverá ser construído numa zona que sirva tanto os utentes a Sul, como a Norte da região Oeste, tendo por base a distância e o tempo necessário para a população da região se deslocar do seu local de residência ao hospital”, sublinha a moção.
A câmara de Torres Vedras também se manifestou a favor da localização definida no estudo, considerando que, “depois do caminho já percorrido, não é hora de voltar atrás” e aguardar que o grupo de trabalho constituído pelo ministro da Saúde proponha a localização até ao final de março.
“Importa agora defender um novo hospital que servirá Torres Vedras e o Oeste e não um hospital para um dos concelhos da região”, frisaram.
Os autarcas torrienses criticaram os municípios de Caldas da Rainha e Óbidos (PSD), por “fazer tábua rasa a todo o caminho percorrido em conjunto pelas autarquias do Oeste” e querer “retardar a decisão, pondo em causa a coesão” regional.
Uma comitiva constituída pelos presidentes das câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos, partidos e movimentos cívicos daquelas cidades entregaram, na sexta-feira, na Assembleia da República uma petição com 13.570 assinaturas, visando alargar os critérios de decisão da localização do novo hospital do Oeste.
A petição defende que a localização do novo hospital do Oeste seja na confluência dos concelhos das Caldas da Rainha e de Óbidos e os seus subscritores pretendem que seja apreciada em plenário antes do anúncio da decisão do Governo, prometida pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para o final de março.
A decisão final está a ser equacionada por um grupo de trabalho criado pelo Governo, cujo trabalho tem por base um estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim), que apontou o concelho do Bombarral como a melhor localização para a construção do novo hospital.
A região Oeste é composta pelos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos, Peniche (ACES Oeste Norte), do distrito de Leiria, e por Alenquer, Arruda dos Vinhos (ACES Estuário do Tejo), Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras (ACES Oeste Sul), do distrito de Lisboa.
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