A informação foi adiantada pelo presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Vítor Marques (eleito pelo movimento independente “Vamos Mudar”), numa reunião da comissão de Saúde da Assembleia da República, sobre o “Futuro da Política de Saúde do Oeste”.
Na audiência, pedida pela Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, o autarca voltou a defender a localização do futuro hospital do Oeste na confluência deste concelho e do de Óbidos, considerando que o dossiê que vai ser entregue contribuirá “para uma melhor avaliação”.
A localização do futuro Hospital do Oeste está a ser estudada por um grupo de trabalho, tendo por base um estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) que aponta o concelho do Bombarral como o melhor local para a construção.
O parecer final estava previsto para o fim de março mas, face à contestação das autarquias das Caldas da Rainha e de Óbidos, a decisão poderá ser adiada um mês para que possa ser analisado o dossiê que, segundo Vitor Marques, incluirá “novas variáveis” além dos critérios do primeiro estudo.
“Esta é a zona do país mais carenciada em termos de cuidados hospitalares públicos”, afirmou hoje o deputado municipal António Curado na audiência na comissão parlamentar, aludindo ao rácio de “1,1 camas por mil habitantes”, abaixo de Leiria, com 1,5, ou de Loures, com 1,6.
O deputado alegou ainda a inexistência de “camas de cuidados intensivos” na região, que tem cerca de 300 mil habitantes, como um dos fatores que levam Caldas da Rainha e Óbidos a contestar que o novo hospital seja construído no Bombarral, criando “um vazio neste triângulo entre Leiria, Loures, Santarém”.
Na audiência apenas Pedro Frazão, do Chega, assumiu uma posição clara em defesa da localização na confluência das Caldas da Rainha e Óbidos.
PS e PSD reconheceram que a decisão deve ser tomada com base em critérios técnicos, tendo o social-democrata Hugo Oliveira advertido que “uma decisão que é governamental não deve ser carregada às costas dos autarcas”.
Pelo PCP, o deputado Duarte Alves criticou a “metodologia” seguida pelos autarcas das Caldas da Rainha, alegando que a “discussão em torno da localização” não deve servir de “álibi para o Governo adiar a decisão”, já que, no seu entender, o “maior problema [na questão do hospital] é o arrastamento da decisão ao longo destes anos todos” em que o hospital tem sido reivindicado.
“Existe a possibilidade de continuar o diálogo e de [as autarquias do Oeste] chegarem a algum tipo de acordo”, questionou, por seu lado, a deputada da Iniciativa Liberal (IL) Joana Cordeiro, sublinhando que a decisão sobre a localização “deve obedecer a critérios técnicos” e não a “vontades políticas”.
A pergunta ficou sem resposta, mas os autarcas das Caldas da Rainha garantiram que continuarão a bater-se para que na decisão sejam avaliados “todos os critérios” e não apenas o tempo e distância ao novo hospital.
As assembleias municipais de Bombarral (PS), Lourinhã (PS), Cadaval (PSD), Sobral de Monte Agraço (CDU), Alenquer (PS), Arruda dos Vinhos (PS), Peniche (independente) e Torres Vedras (PS) já aprovaram moções em que defendem a localização do hospital no Bombarral.
Entretanto, Caldas da Rainha e Óbidos entregaram um petição com mais de 13.500 assinaturas defendendo a localização do equipamento nestes concelhos, contando também com o apoio de Rio Maior (no distrito de Santarém).
LUSA/HN
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