O apelo foi feito pela coordenadora do programa de saúde de adolescentes da Direção Nacional de Saúde, Belmira Miranda, na Praia, à margem de um atelier de socialização do plano estratégico nacional para a saúde integral da criança e do adolescente 2023-2026 e do protocolo de atenção à saúde integral da criança e do adolescente nos cuidados primários.
“Os objetivos vão no sentido de proteger e promover, também levar a redução da morbilidade e da mortalidade a nível das crianças e adolescentes, orientar no sentido de terem hábitos de vida mais saudáveis, no sentido de prevenirmos desde as doenças não transmissíveis à atenção à saúde mental”, avançou.
A responsável frisou ainda que as autoridades vão discutir e organizar uma série de objetivos, para terem um plano completo de atenção à saúde das crianças e dos adolescentes, que vai desde o nascimento até o final da adolescência, com uma atenção específica para esses dois grupos, consoante as suas necessidades de desenvolvimento.
“Apostamos na promoção da saúde e na prevenção das doenças, no sentido de termos um desenvolvimento saudável e para termos um futuro mais saudável em Cabo Verde. Esse plano vem de acordo às políticas de atenção à pessoa ao longo do ciclo de vida”, mostrou.
A coordenadora salientou que a atenção específica dada a cada grupo, consoante as suas necessidades, é no sentido de ter uma sociedade mais saudável e um desenvolvimento melhor de Cabo Verde.
Conforme explicou, os objetivos estratégicos do plano serão discutidos junto com os parceiros envolvidos e será feito uma análise da situação da criança e do adolescente no país, visando assim a proteção e promoção da sua saúde.
“Nós falamos da saúde mental, é exatamente a promoção da saúde mental, antes de chegar aos transtornos mentais, porque quando atuamos a nível da criança e do adolescente, nós podemos ter a prevenção de transtornos mentais na idade adulta. Então, quanto mais cedo nós intervirmos em qualquer momento nessas faixas etárias, melhor saúde mental teremos. Então falamos de saúde mesmo, proteger, promover para saúde mental para prevenir os transtornos”, comentou.
Questionada pelos jornalistas sobre quais os principais problemas enfrentados em Cabo Verde pelos adolescentes, a coordenadora apontou a gravidez, consumo de álcool e outras drogas, a violência e o abuso sexual.
“São alguns dos fenómenos que nós temos estado a lidar e são esses pontos que nós queremos trabalhar, principalmente a questão da prevenção contra o consumo de álcool e outras drogas, prevenção da gravidez na adolescência, trabalhar com as famílias no sentido de haver esse diálogo, essa relação saudável em casa entre crianças e adolescentes e os seus pais”, acrescentou.
A responsável disse ainda que em relação ao protocolo de atenção à saúde integral da criança e do adolescente nos cuidados primários, que está a ser socializado, que a equipa técnica irá trabalhar para fazer uma partilha alargada com os adolescentes.
“Este documento vai de acordo a uma resposta do mesmo plano, que é precisamente orientar formas, procedimentos a serem tidos nos cuidados de saúde. O protocolo vai precisamente orientar os profissionais no atendimento das crianças e adolescentes que vão aos cuidados primários de saúde”, afirmou.
“O nosso lema é exatamente liderar, priorizar, trabalhar com e para os adolescentes. Queremos até ao final do mês ter esse documento já todo pronto, é um processo”, prometeu Belmira Miranda.
O atelier de socialização do “Plano Estratégico Nacional para a Saúde Integral da Criança e do Adolescente 2023-2026” e do “Protocolo de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente nos Cuidados Primários” é realizado pelos programas nacionais de saúde do idoso, do adolescente, de Saúde Infantil, da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
LUSA/HN
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