“A nossa solidariedade com as reivindicações justas dos médicos, enfermeiros e técnicos de saúde. (…) O diálogo com o Governo deve ser franco, aberto e honesto”, afirmou, ao abrir a reunião ordinária do terceiro maior partido moçambicano na cidade da Beira.
Segundo aquele político, a greve que afeta o setor público de saúde em todo o país é uma realidade visível a milhares de moçambicanos: “Há greves no setor público, é uma realidade. Há greves silenciosas e as visíveis; apesar disso, serviços mínimos e básicos devem ser garantidos”, apelou o líder do MDM.
Com a paralisação de 21 dias, prorrogáveis, a classe contesta os cortes salariais com a aplicação da nova tabela e a falta de pagamento de horas extras.
“O Sistema Nacional de Saúde deve ser revisto e adaptar a nova realidade com existência de novos atores, no setor privado”, criticou ainda Lutero Simango.
“A nossa economia não está bem. Atrasos dos salários, custo de vida, serviços públicos em decadência: saúde, educação, transporte público”, criticou igualmente.
A Associação Médica de Moçambique (AMM) justificou anteriormente a decisão do regresso à greve, após a suspensão de uma outra convocada em dezembro, com a ausência de resultados nos entendimentos alcançados com o Governo nas negociações realizadas no final do ano passado.
A classe médica moçambicana tinha já anunciado o seu descontentamento em novembro do ano passado, quando adiaram uma primeira greve, após encontros com os ministros da Economia e da Saúde, para “dar tempo ao Governo” de “implementar os princípios acordados”.
A AMM aponta a “mudança constante de interlocutores por parte do Governo” e a falta de transparência sobre a “forma como os salários dos médicos estão a ser ou não processados” como alguns dos pontos que determinaram o fracasso das negociações até esta altura.
Entretanto, a implementação da nova tabela salarial na função pública está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, com destaque para os médicos, juízes e professores.
LUSA/HN
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