Moçambique quer epidemiologistas com competências adaptadas aos surtos locais

9 de Agosto 2023

O Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique defendeu hoje a formação de epidemiologistas com competências adaptadas aos surtos que ciclicamente afetam o país, visando dotar o território de capacidade de resposta às ameaças à saúde pública.

“O país está a ficar melhor preparado”, em termos de epidemiologistas, mas “as necessidades” estão longe de ser satisfeitas, disse Cyntia Baltazar, coordenadora do Programa de Epidemiologia de Campo no INS.

Baltazar falava à margem da segunda Conferência Científica de Epidemiologia de Campo de Moçambique, que se realiza em Maputo.

A responsável avançou que o programa permitiu a formação de 56 especialistas da área nos últimos quatro anos, desde que arrancou em 2019, mas o país está com um rácio insuficiente, tendo em conta o número da população e os desafios colocados por surtos como cólera, sarampo, infeções respiratórias e pólio.

“Nós ainda temos que formar muito mais técnicos nesta área”, tendo em conta que o Regulamento Sanitário Internacional defende a disponibilidade de “um epidemiologista para cada 200 mil habitantes”, enfatizou Cynthia Baltazar.

A coordenadora assinalou que a vulnerabilidade de Moçambique a epidemias, exacerbada pela ocorrência cíclica de calamidades naturais, impõe que o país esteja melhor preparado para este tipo de ameaças.

Os especialistas até agora formados no âmbito do programa têm atuado como “detetives” na antecipação e mitigação da ocorrência de surtos, acrescentou.

A ação permite a formação de epidemiologistas da “linha da frente, de grau intermédio e de nível avançado”, avançou.

Cynthia Baltazar assinalou que o programa está em linha com os padrões formativos internacionais e tem certificação internacional.

Jordan McOwen, representante do ‘Centres for Desease Control and Prevention’ (CDC), principal agência de saúde pública dos Estados Unidos da América, advogou no encontro que Moçambique tem de estar “melhor equipado”, em termos de recursos humanos e tecnologia, para enfrentar as emergências no setor da saúde.

“O CDC está empenhado em colaborar com países de todo o mundo, para construir e aprimorar sistemas de saúde robustos”, declarou McOwen.

A formação de epidemiologistas vai permitir que os países atuem com base em “evidência científica”, continuou.

LUSA/HN

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