Numa pergunta dirigida à ministra da Saúde entregue no parlamento, os deputados questionam se Ana Paula Martins tem conhecimento dos “constrangimentos nos hospitais de Leiria e das Caldas da Rainha”, nomeadamente, “do encerramento da urgência obstétrica de Leiria durante 18 dias, de 02 a 19 de agosto”.
No documento, os parlamentares referem que “a prestação dos cuidados de saúde no distrito de Leiria, e em particular nos concelhos de Leiria e das Caldas da Rainha, tem vindo a degradar-se e a criar uma incapacidade de dar respostas efetivas às necessidades dos utentes, gerando até um clima de insegurança perante o cenário”.
“Com efeito, os serviços de urgência nos hospitais de Leiria e das Caldas da Rainha à data continuam de forma intermitente a estarem encerrados, obrigando ao ‘desvio’ dos utentes para outros hospitais”, referem.
Quanto aos cuidados de saúde primários, os cinco deputados sustentam que há muito que se chegou ao “ponto de rutura no distrito de Leiria, com milhares de utentes sem médico de família e sem uma resposta condigna”.
Neste âmbito, relatam “uma situação concreta, mas que se repete todos os dias pelos centros de saúde do distrito”, especificando que hoje uma utente, “para tentar obter vaga em consulta para o seu pai” octogenário e sem médico de família, “teve de ir para a porta do centro de saúde nas Caldas da Rainha às 05:00″.
“Esta é uma situação como muitas, trata-se de um processo desumano e representativo do estado da saúde no distrito de Leiria”, sustentam, adiantando, contudo, terem “perfeita noção no caos em que os anteriores governos deixaram” o Serviço Nacional de Saúde.
Ainda assim, os parlamentares “consideram absolutamente inaceitável que os serviços de prestação de cuidados de saúde nos referidos hospitais e centros de saúde não se encontrem devidamente garantidos, por força a constante ocorrência de constrangimentos”.
Os cinco deputados social-democratas eleitos pelo círculo de Leiria perguntam ainda à ministra da Saúde “como poderão ser mitigados os problemas nos cuidados de saúde primários”, como o exemplificado na pergunta agora entregue na Assembleia da República.
À agência Lusa, a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL) confirma o encerramento do seu serviço de urgência ginecológica/obstétrica desde as 09:00 de hoje e as 09:00 do dia 19 de agosto, justificando com a “falta de recursos humanos”.
“Este encerramento já estava programado de forma a dar uma resposta consistente às utentes e grávidas da ULSRL até ao final do presente ano e foi articulado com a ULS de Coimbra”, adianta.
Segundo a ULSRL, “as utentes e grávidas da área de influência da ULSRL deverão ligar previamente para a Linha SNS Grávida – 808 24 24 24, para serem encaminhadas, antes de se deslocarem para qualquer unidade de saúde”.
LUSA/HN
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