Investigadores desenvolvem solução inovadora para eliminar nanoplásticos na água

15 de Agosto 2024

Um grupo de investigadores da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, anunciou o desenvolvimento de uma solução líquida capaz de eliminar mais de 98% dos nanoplásticos presentes na água, tanto doce como salgada.

Este avanço significativo foi comunicado pela universidade e divulgado pela agência noticiosa espanhola Europa Press.

Os nanoplásticos, que são partículas menores do que o diâmetro de um cabelo humano e invisíveis a olho nu, estão associados a diversas doenças, incluindo problemas cardiovasculares e respiratórios. “Estes microplásticos podem alterar os ecossistemas aquáticos e infiltrar-se na cadeia alimentar, representando riscos tanto para a vida selvagem como para os seres humanos”, afirmou Piyuni Ishtaweera, a principal investigadora do estudo, desenvolvido no âmbito do seu doutoramento.

O método inovador de limpeza utiliza solventes repelentes da água, elaborados a partir de ingredientes naturais. O solvente atua inicialmente à superfície da água, semelhante ao comportamento do óleo. Após a mistura com a água e a subsequente separação, o solvente recupera a sua posição na superfície, agora carregado com os nanoplásticos.

Em ambiente laboratorial, os cientistas utilizaram uma pipeta para remover o solvente contaminado, resultando em água limpa. Gary Baker, professor associado do Departamento de Química da Universidade do Missouri e autor correspondente do estudo, explicou que a estratégia utiliza uma quantidade mínima de solvente para absorver partículas de plástico de grandes volumes de água.

Os investigadores têm planos para o futuro, que incluem determinar a capacidade máxima do solvente e explorar métodos de reciclagem, permitindo a reutilização deste recurso. Piyuni Ishtaweera destacou que o solvente é composto por “componentes seguros e não tóxicos”, e a sua capacidade de repelir a água previne contaminações adicionais, tornando esta solução altamente sustentável.

Este estudo foi publicado em junho na revista científica ACS Applied Engineering Materials, representando um passo importante na luta contra a poluição por plásticos e na proteção da saúde pública.

LUSA/HN

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