O fecho de urgências de obstetrícia noutros pontos da região Centro, como Leiria ou Aveiro, tem gerado preocupação à Câmara de Coimbra, que teme que essas medidas possam vir “a comprometer os serviços prestados” pelos serviços de saúde públicos da cidade, afirmou à agência Lusa Francisco Veiga, que tem a pasta da saúde no município.
“A capacidade de Coimbra estava ajustada a um determinado volume. Ainda não temos nenhum reflexo, mas temos de atuar antecipadamente”, salientou o vice-presidente da autarquia, que é professor catedrático na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e militante do PSD.
Segundo Francisco Veiga, o município já alertou a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra para a situação, manifestando a sua preocupação.
“Não há falta de médicos, muito menos de obstetras e ginecologistas. Eles não estão é no SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, disse, salientando que não há falta de médicos – “isso é uma falácia”.
Para Francisco Veiga, faltam, sobretudo, outras condições remuneratórias que possam atrair os médicos para o SNS.
Na reunião do executivo de segunda-feira, o vice-presidente abordou esta mesma questão, no período antes da ordem do dia, dando nota de que o fecho das urgências de obstetrícia têm levado a maternidade de Coimbra a prestar “assistência a utentes de outras áreas de residência, muitos deles encaminhados do hospital de Leiria”.
O vice-presidente da Câmara criticou também a ausência de revisão dos valores associados ao pacote da transferência de competências na área da saúde, estimando um diferencial de mais de um milhão de euros no primeiro ano em que o município assumiu essas competências.
Apesar de a ULS reconhecer a dívida, falta a entrega dos recursos ao município, que “está a adiantar centenas de milhares de euros que estão a faltar noutros sítios”, vincou.
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