Os projetos de lei do BE e PCP foram aprovados por unanimidade e a iniciativa do PAN mereceu apenas a abstenção do PSD e CDS-PP.
Os diplomas decorrem do fim do período transitório que salvaguardava a preservação de gâmetas e de embriões doados, após uma decisão do Tribunal Constitucional (TC), em 2018, que questionou a compatibilidade entre o anonimato absoluto dos doadores e os direitos dos descendentes.
Durante o debate em plenário, na quinta-feira, deputados dos partidos proponentes argumentaram que não é possível, desde o passado mês de agosto, utilizar estes gâmetas e embriões, e que a situação provocou atrasos nos tratamentos, existindo atualmente 300.000 casais em Portugal que vivem “o drama da infertilidade”.
Em 2018, o TC considerou inconstitucional o regime de anonimato dos dadores, pondo em causa a forma como se praticava em Portugal a Procriação Medicamente Assistida (PMA).
Os projetos de lei do BE, PAN e PCP são semelhantes, prevendo que os embriões resultantes de doações anteriores ao dia 07 de maio de 2018 possam ser utilizados até dez anos após a entrada em vigor da presente lei, e divergem apenas no caso dos gâmetas, em que o PCP propõe um prazo de oito anos, o BE propõe que sejam sete anos e o PAN defende seis anos.
A proposta do PAN acrescenta que, “findos os prazos previstos (…), os gâmetas e embriões doados ou resultantes de doações são destruídos no caso de o dador não ter, durante esse período, e após comunicação para o efeito, respondido ou autorizado o levantamento do anonimato sobre a sua identificação civil”.
As iniciativas legislativas seguem agora para discussão na comissão parlamentar de Saúde.
LUSA/HN
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