Atualmente, na região, são realizadas 1.300 consultas de consulta aberta por mês, em média, mas o reforço de profissionais de saúde vai garantir que esse número possa crescer, sinalizou Rui Aguiar, diretor dos cuidados de saúde primários na Unidade Local de Saúde (ULS) do Tâmega e Sousa.
A partir de terça-feira, os utentes do território deverão ligar para a Linha SNS24 antes de irem à urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel. Nesse serviço por telefone, a situação clínica será triada por um profissional de enfermagem e o utente será encaminhado para os centros de saúde ou para a urgência do hospital.
O projeto, genericamente denominado “Ligue Antes, Salve Vidas”, já em execução noutras ULS do país, de acordo com uma política nacional, conta com o apoio das autarquias do território ao nível da divulgação e avançará com uma campanha informativa nos órgãos de comunicação social e outros meios.
Na região do Tâmega e Sousa, estima-se que cerca de 24% das pessoas que acorrem às urgências hospitalares de Penafiel, Amarante e Cinfães sejam utentes triados com pulseiras azul ou verde, ou seja, consideradas “urgências inapropriadas” que deveriam ser atendidas nos cuidados de saúde primários.
Face aos números conhecidos de outras ULS do país que já adotaram o modelo, espera-se que o projeto possa permitir reduzir entre 11 a 13% o número de admissões ao serviço de urgência no Hospital Padre Américo.
Com o novo modelo de atendimento, aquela urgência, a segunda maior do Norte do país em número de episódios, deixará de atender esses casos, que serão encaminhados para os centros de saúde existentes nos 11 concelhos.
Consequentemente, com o expectável aumento da afluência aos cuidados de saúde primários, encaminhados pelo serviço SNS 24, foi hoje revelado em conferência de imprensa que será criada uma agenda específica para casos de doença aguda, com um ‘plafond’ de vagas, em cada um dos médicos de família, para atenderem essas situações.
“Este projeto foi devidamente planeado. Foram feitos reforços, foram criadas estruturas, nomeadamente meios humanos. Tivemos de criar agendas para isso”, assinalou Henrique Capelas, presidente da ULS do Tâmega e Sousa.
A região conta com cerca de 482 mil pessoas inscritas nos centros de saúde, 30% das quais idosas, e 280 médicos de família.
Recentemente, foram abertas no território quatro unidades de saúde familiar (USF) e mais três encontram-se em projeto. Além disso, passará a haver consulta aberta ao fim de semana, nos quatros concelhos que não contavam com essa valência: Felgueiras, Lousada, Penafiel e Cinfães.
“Queremos prestar mais e melhores cuidados de saúde no sítio adequado. Racionalizámos os meios que já temos ao nosso dispor, que funcionam. Organizámos este serviço para que possa ser feito em tempo útil, proporcionando uma resposta mais eficaz e ajustada no atendimento a situações agudas”, acentuou Rui Aguiar.
Com o novo modelo, reforçou, o diretor dos cuidados hospitalares, Nelson Pereira, “não há risco de não haver resposta ao nível dos cuidados de saúde primários”.
“Todas as agendas, em todas as unidades foram abertas e estão disponibilizadas para o SNS24. No fim de um contacto com o SNS24, ninguém ficará pendurado! Todos terão uma consulta marcada, com hora marcada, ninguém vai ter de ir para as vagas”, disse.
A diretora das urgências, Carla Freitas, também defendeu o novo modelo, considerando que se trata de “um projeto que todos têm de fazer para, mantendo a qualidade do acesso à população, seja possível dar uma resposta em tempo útil”.
NR/HN/Lusa
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