Britânico viciado em apostas ‘online’ recebe indemnização do seu médico

14 de Dezembro 2024

Um britânico de 66 anos que se viciou em apostas desportivas por causa de um medicamento cujos efeitos secundários desconhecia levou o seu médico de família a pagar uma indemnização, anunciaram na sexta-feira os seus advogados.

Natural do sul de Inglaterra, Philip Stevens foi indemnizado no valor de 70 mil libras, ou 84 mil euros, após um acordo amigável, explicaram os advogados, em comunicado.

Os factos remontam a 2017, quando o sexagenário foi ao médico por causa de tremores na perna esquerda. O clínico diagnosticou-o com um síndrome das pernas inquietas.

Pouco conhecida do grande público, resulta em formigueiro e necessidade de mexer as pernas, sobretudo à noite, ‘envenenando’ a vida das pessoas que dela sofrem.

O seu médico de família prescreveu Ropinirol, um medicamento utilizado especialmente contra a doença de Parkinson, sem mencionar os potenciais efeitos secundários, garantiu Stevens.

Entre eles, um distúrbio de controlo de impulsos que pode levar a jogos de azar ou a comportamentos de compra compulsivos.

De acordo com o escritório de advogados que o representa, Stevens “durante os quatro anos em que tomou Ropinirol, gastou milhares de libras em sites de jogo online”.

Habitualmente “cauteloso” nas suas apostas desportivas, “o seu jogo tornou-se compulsivo”, sustentaram os advogados, para quem “apostava tudo o que podia e já não se importava em ganhar”.

Além das apostas desportivas, Stevens começou a fazer compras “compulsivas” de roupa e equipamento de pesca.

Só em 2021, após uma consulta com um neurologista, deixou de tomar o medicamento.

Mas um novo pesadelo começa. As compras compulsivas são seguidas de alucinações, paranoia e depressão, provocadas pela abstinência.

“Já não sou a mesma pessoa de antes do Ropinirol”, declarou o interessado, citado no comunicado do gabinete de advogados que o representa, que especifica que o acordo financeiro foi celebrado sem que o médico de clínica geral reconhecesse a sua responsabilidade na matéria.

LUSA/HN

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