Em comunicado, o MUSP afirma que o único efeito prático da pré-triagem obrigatória para a Linha Saúde 24 é “atrasar ainda mais as intervenções médicas, mesmo nos casos mais urgentes, já que nos hospitais, os utentes, apesar da triagem continuam sujeitos a longas horas de espera”.
“O Ministério da Saúde sabe perfeitamente, tão bem quanto todos nós os utentes, que as longas filas de espera resultam da falta de profissionais, de condições para os fixar e atrair para o SNS. Ainda assim opta, por hipocrisia política, por inventar um novo procedimento meramente burocrático, criando mais uma nova barreira, atrasando o ato médico”, é sublinhado na nota.
No entendimento do MUSP, a um problema sério que exigia medidas sérias e profundas, designadamente mais investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nos seus profissionais, o “Governo responde com uma medida burocrática, contrata um ‘call-center’ para a saúde”.
“Ao criar entraves no acesso dos utentes ao SNS, ao lançar concursos para ingresso dos profissionais de saúde, mas mantendo as baixas condições de trabalho, o Governo procura culpar utentes e profissionais de saúde pelas dificuldades no acesso ao SNS. Na verdade, o problema para o executivo é o próprio Serviço Nacional de Saúde”, segundo o MUSP.
Para o MUSP, triar o acesso à saúde através de uma chamada telefónica, desumaniza um serviço e afasta o utente do profissional de saúde.
De acordo com o MUSP, a estratégia do Governo procura cumprir uma agenda política que beneficia as empresas de saúde privadas, em vez de servir a população procurando fortalecer um serviço de saúde que beneficie todos os portugueses independentemente da sua condição económica.
Iniciado em maio de 2023 e já a funcionar em 25 unidades locais de saúde, o projeto “Ligue Antes, Salve Vidas” obriga o utente a ligar para o SNS 24 antes de se dirigir à urgência.
NR/HN/Lusa
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