Chefe da diplomacia dos EUA alarga isenções a suspensão da ajuda externa

29 de Janeiro 2025

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, alargou, pelo menos temporariamente, o financiamento de programas humanitários que fornecem medicamentos vitais, serviços médicos, alimentos e abrigo.

A decisão anunciada na terça-feira alarga as isenções à suspensão do financiamento a programas de ajuda, anunciada pelo novo Presidente Donald Trump.

Inicialmente, Rubio tinha apenas garantido a continuação do financiamento aos programas alimentares de emergência e ajuda militar a Israel e ao Egito.

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Tammy Bruce, disse na rede social X que “estão a ser satisfeitas necessidades urgentes”.

“Existem isenções gerais para a ajuda alimentar de emergência e outras formas de assistência humanitária de emergência”, disse Bruce.

“Existe um processo de isenção para artigos não cobertos por isenções pré-existentes”, acrescentou a porta-voz.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, tinha pedido na terça-feira aos EUA que aprovassem “isenções adicionais”, alertando que a suspensão colocaria em risco a vida de mais de 30 milhões de pessoas com VIH/SIDA em todo o mundo.

“Apelamos ao Governo dos Estados Unidos para que permita isenções adicionais para garantir o fornecimento de tratamento e cuidados vitais para o VIH”, disse Ghebreyesus.

Numa mensagem na rede social X, o dirigente alertou que o congelamento do financiamento coloca as pessoas que vivem com VIH em “risco imediatamente maior de adoecer e morrer”.

A OMS manifestou “profunda preocupação” com os países de baixo e médio rendimento, onde a suspensão do financiamento terá um impacto maior.

“Estes programas proporcionam o acesso a terapias contra o VIH que salvam vidas a mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo”, disse Ghebreyesus.

A suspensão pode “prejudicar os esforços para prevenir a transmissão nas comunidades e países” e, se for prolongada, alertou o diretor da OMS, pode aumentar “as infeções e as mortes, revertendo décadas de progresso e potencialmente levando o mundo de volta aos anos 80 e 90, quando milhões de pessoas morriam de VIH todos os anos em todo o mundo, muitas delas nos Estados Unidos”.

Na terça-feira, a primeira-ministra de Moçambique, Maria Benvinda Levi, admitiu que o setor da saúde será o mais afetado pela suspensão do financiamento por parte dos EUA.

Também o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que muitos projetos humanitários na Ucrânia foram interrompidos pelo congelamento da ajuda e prometeu que Kiev irá procurar financiamentos alternativos.

O Departamento de Estado norte-americano congelou na sexta-feira novos financiamentos para quase todos os programas de ajuda dos Estados Unidos em todo o mundo.

A diretiva proíbe novas despesas do Governo, o que parece limitar os programas a funcionarem apenas enquanto tiverem dinheiro em caixa.

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