Lisboa já tem nove finalistas aos prémios de Inovação Social na educação, imigração e saúde

11 de Fevereiro 2025

O presidente da Câmara de Lisboa considerou hoje que os nove projetos finalistas nas áreas da educação, imigração e saúde aos prémios de Inovação Social, a divulgar até maio, são “uma ajuda tecnológica” para melhorar a vida na cidade.

“Esta aqui é uma ajuda tecnológica, através de plataformas, por exemplo, para os alunos, para a aprendizagem, quando chega um imigrante, como é que ele aprende melhor a língua, como é que ele encontra trabalho”, afirmou Carlos Moedas (PSD).

Para o autarca, todos os projetos tecnológicos “têm esse interesse” e o município vai continuar a trabalhar com as empresas finalistas para depois “a câmara municipal poder utilizar também estas plataformas”.

Em relação às propostas finalistas, selecionados de entre mais de 300, que não vencerem o Prémio de Inovação em cada área, Carlos Moedas admitiu que a autarquia arranjará “também soluções” para “continuarem a trabalhar” se “forem boas”.

Os finalistas aos prémios de Inovação na Área Social (‘Innovation 4 All’), de entre mais de 300 candidaturas, na área da qualidade da educação, são os projetos de plataformas Growappy, para creches e jardins-de-infância, Jade Autism, de aprendizagem para crianças com autismo, e ubbo, de aprendizagem de código informático para crianças entre os 6 e os 12 anos.

Na área da integração da imigração, foram selecionadas para a fase final as plataformas Class of Wonders, de aprendizagem de português usando princípios de ‘design’ de jogos, Commu App, de interação entre pessoas em situação de vulnerabilidade e voluntários para ajudar, e Equivalence, que adapta currículos e documentação de um imigrante ao país.

No acesso aos cuidados de saúde, foram selecionados os projetos RadiSen, solução de Inteligência Artificial para melhorar o diagnóstico de exames com raio-X e mamografias, Usawa Care, para conectar pais com pediatras, e Virtuleap, óculos de realidade virtual para idosos para promover a saúde mental e cognitiva.

Os prémios, de 120 mil euros em cada uma das três áreas, foram criados na sequência da distinção de Lisboa como Capital Europeia da Inovação (‘European Capital of Innovation’) 2023, pela Comissão Europeia, no valor de um milhão de euros.

Segundo explicou à Lusa o presidente da autarquia, em fevereiro de 2024, uma grande parte desse dinheiro seria dedicado à inovação social, para ajudar “as pessoas mais vulneráveis”.

À margem da apresentação dos nove finalistas, nos Paços do Concelho, Carlos Moedas explicou que o montante da União Europeia “seria para continuar a ajudar” o “ecossistema de empresas que estão a crescer nestas áreas tecnológicas”, mas também para “três prémios na área da inovação”, nos domínios da educação, imigração e saúde.

“A inovação muitas vezes é vista pelas pessoas como algo apenas da tecnologia, das ‘startups’, de todas estas empresas modernas, deste talento nómada que vive em Portugal e eu quero transformar também essa inovação com o seu papel social, com o seu papel de inovação na área social”, frisou.

“Como é que nós ajudamos alguém que chega a Portugal e, por exemplo, não tem emprego? A própria câmara municipal lançou na semana passada esta plataforma para ajudar os imigrantes a encontrarem emprego, onde já temos seis mil ofertas de trabalho”, acrescentou.

Para o presidente da autarquia, porém, existem também “projetos interessantes na área do cancro”, na “área da educação, com as escolas” e, com tantas pessoas de outros países, “é um prémio que vai além fronteiras, com soluções para a cidade”.

“Eles estão a trabalhar com a própria câmara municipal para encontrar como é que esse trabalho é feito na área social, seja na área da educação, da saúde ou da imigração. E, portanto, é esta ligação que estamos a fazer”, vincou.

O social-democrata disse esperar que o trabalho com as escolas, centros de saúde e a própria câmara municipal se traduza em “inovação social” e “mais bem-estar” e “mais soluções para os imigrantes”.

“Os dados têm esse ângulo, que é um ângulo social de ajudar a encontrar soluções. E isso é muito importante pelo projeto que nós temos para a cidade, que é um projeto sobretudo na área social, seja na habitação, seja na saúde, seja na educação”, referiu.

O valor do prémio da União Europeia serviu ainda para continuar a desenvolver os projetos da Fábrica de Unicórnios, no ‘hub’ criativo do Beato, onde empresas podem ser acompanhadas durante seis meses, com o apoio das tecnológicas ali instaladas.

LUSA/HN

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