BE questiona Governo sobre alegadas recusas de atendimento a grávidas imigrantes no SNS

18 de Fevereiro 2025

O BE questionou hoje o Governo sobre a denúncia feita pelo Observatório de Violência Obstétrica de casos de grávidas imigrantes cujo atendimento terá sido recusado no SNS, considerando que estão em causa “direitos constitucionais”.

Num conjunto de perguntas enviadas ao Ministério da Saúde, tutelado por Ana Paula Martins, a bancada parlamentar do BE escreve que estão em causa denúncias de “situações em que profissionais de saúde recusam atender mulheres grávidas imigrantes e em que são encontrados obstáculos de acesso logo na porta de centros de saúde e hospitais, com pessoal administrativo e da área da segurança a barrar a entrada destas mulheres, dizendo-lhes que não têm direito a ser acompanhadas nesta fase tão importante das suas vidas”.

O Observatório de Violência Obstétrica (OVO PT) acredita que os alegados impedimentos estão a ser motivados pelo facto de em dezembro terem sido aprovados, apenas na generalidade, projetos de lei relativos ao acesso de estrangeiros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que baixaram à Comissão de Saúde e ainda não estão em vigor.

“Estas situações são graves. Colocam em causa direitos constitucionais e das mulheres e podem mesmo colocar em risco, em casos de recusa de assistência, a saúde e a vida das mães, tal como dos seus bebés”, alertam os deputados do BE.

Pedindo “esclarecimento e ação” ao Governo liderado por Luís Montenegro, os bloquistas querem saber se o executivo tem conhecimento de situações como as relatadas por este observatório, e se considera “aceitável que mulheres grávidas estejam a ser impedidas de aceder a cuidados de saúde e/ou que lhe sejam negados direitos como o direito ao acompanhamento”.

A bancada parlamentar do BE questiona ainda o Governo sobre o que pretende fazer “para pôr fim a práticas que objetivamente violam direitos, a lei e a Constituição” e se o executivo vai instar “de imediato, todas as unidades de saúde do SNS, para a obrigatoriedade de prestação de assistência em situações de gravidez, independentemente da nacionalidade e da situação de permanência no país”.

O BE pergunta ainda ao executivo se não considera que situações como estas “estão a ser politicamente incentivadas por discursos e propostas que pretendem eliminar pessoas imigrantes de beneficiários do SNS”.

“É necessário saber o que está a ser feito para garantir a estas mulheres o acesso aos cuidados e vigilância na gravidez; é fundamental que ninguém no SNS seja ou pretenda ser um obstáculo à universalidade do acesso à saúde e é da responsabilidade do Governo garantir que a lei e os direitos nela consagrados está a ser respeitada”, consideram os deputados.

NR/HN/Lusa

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