Fim das deslocações: doentes oncológicos do Algarve com resposta local em 2026

26 de Março 2025

Os doentes oncológicos do Algarve vão ter em 2026 a possibilidade de serem tratados totalmente na região, através da aquisição de um novo equipamento, segundo uma proposta avançada hoje pelo presidente da Câmara de Loulé.

“A Câmara Municipal de Loulé, dada a polémica, procura propor uma saída, um caminho, para que o Algarve se possa dotar do único equipamento para que os doentes oncológicos” sejam tratados na região, sem necessidade de se deslocar a Lisboa ou Sevilha, disse Vítor Aleixo em conferência de imprensa.

O autarca fez esta apresentação conjuntamente com o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve, Tiago Botelho, e o presidente do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC), Pedro Castelo Branco.

As três entidades estão de acordo para instalar em Loulé um edifício em que vai ser instalado um equipamento de diagnóstico para realizar tomografias por emissão de positrões (PET).

A nova unidade irá entrar em funcionamento em meados de 2026 com um investimento de 3,5 milhões de euros financiado em 60% por fundos europeus (Portugal2030) e em 40% pela Câmara de Loulé.

A autarquia decidiu assim abandonar o projeto anterior de alterar o Plano de Pormenor do Parque das Cidades e a construção do Centro Oncológico de Referência do Sul (CORS), que já devia estar instalado desde finais de 2024.

“O projeto anterior teve várias vicissitudes e o que esta direção encontrou foi um terreno sem viabilidade: não havia terreno, nem projeto”, disse o presidente da ULS Algarve, Tiago Botelho.

O departamento de urbanismo do município de Loulé tinha chumbado em janeiro a construção do CORS alegando que o projeto ultrapassava a área limite da parcela disponibilizada para a sua construção e não respeitava as áreas verdes estipuladas.

A ULS Algarve garante, com o seu ABC, “a concretização de todas as condições para a realização de todas as PET da região no novo equipamento até ao início do funcionamento do [futuro] Hospital Central do Algarve”.

Por seu lado, o ABC afirma que já tem uma parceria estabelecida com o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), de Coimbra, o que irá “facilitar” a operacionalização do novo equipamento.

O organismo também assegura o funcionamento do PET, nomeadamente os seus recursos humanos.

Este equipamento vai possibilitar a realização de cerca de 2.000 exames por ano que até agora eram feitos em Lisboa e Sevilha (Espanha).

De acordo com os números dados na conferência de imprensa, o Algarve já trata atualmente 95% de todas as situações oncológicas da região.

“O mais importante é que as pessoas vão deixar de andar de um lado para o outro, o que importa é o conforto dos pacientes”, disse Vítor Aleixo.

O edifício que vai receber o PET será construído nos terrenos onde ficará situado o Laboratório de Genética do ABC, na Rua Humberto Pacheco, em Loulé.

lusa/HN

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