“É uma situação que tem vindo a acontecer um pouco por toda província de Nampula. Já tivemos casos em Angoche, tivemos também alguns casos em Moma e na semana passada tivemos dois casos nos distritos de Larde e Topuito. Estamos a falar de cerca de 70 escolas vandalizadas”, disse o diretor da Educação em Nampula, William Tuzine, citado hoje pela comunicação social.
O atual surto de cólera foi declarado em 17 de outubro de 2024, em três regiões das províncias de Nampula e na província da Zambézia. Até ao momento, já provocou 36 mortos e quase 2.000 infetados em Nampula.
Segundo o responsável pelo setor da Educação, os protestantes responsabilizam os funcionários e gestores destas escolas pelo surto da doença em Nampula.
“Houve um surto de cólera em Larde e Angoche. Alegam que os nossos colegas professores trazem consigo o surto da doença. Por isso vandalizaram as salas de aulas nestas escolas”, explicou.
De acordo com a fonte, mais de mil alunos estão a estudar na rua.
As autoridades de saúde de Nampula já tinham admitido em fevereiro que mitos e desinformação comprometem a meta de vacinação contra a cólera em Mogovolas, entre os distritos mais afetados naquela província.
As autoridades pretendiam atingir 197.999 pessoas, mas acabaram vacinando 169.865, o que corresponde a 85,8%, afirmou na altura à Lusa Samuel Carlos, representante do Serviço Provincial de Saúde em Nampula.
Devido à onda de desinformação, com as comunidades a acusarem os técnicos de saúde no terreno de estarem a propagar a doença, populares de Mogovolas destruíram o centro de tratamento da cólera, bem como o bloco operatório do parceiro estratégico do Governo, a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras.
NR/HN/Lusa
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