Segundo o comunicado de imprensa da organização de saúde internacional, “mais de cinco milhões de crianças ‘dose zero’ – crianças que não receberam uma única dose de uma vacina de rotina essencial – na região africana foram vacinadas desde 2024 através da iniciativa ‘Big Catch-Up’ lançada em 2023 em 20 países prioritários, protegendo [assim] as comunidades de surtos evitáveis por vacinação, salvando a vida das crianças e reforçando os sistemas nacionais de saúde”.
Para a Gavi, o aumento da cobertura de vacinação em África está a ajudar a proteger milhões de pessoas de doenças potencialmente fatais, como o sarampo, a poliomielite e o cancro do colo do útero.
Por sua vez, em 2023, a vacinação salvou pelo menos 1,8 milhões de vidas na região africana, quase metade do número global de 4,2 milhões de pessoas vacinadas, salientou a organização.
Segundo explicou, “estes avanços foram possíveis graças aos esforços dos governos e ao apoio de parceiros como a Gavi, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros”.
A Gavi referiu ainda que, entre 2022 e 2023, a região africana registou um aumento de dois pontos percentuais na cobertura da vacinação contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa (DTP3) entre as crianças com um ano de idade, de 72% para 74%, “um sinal importante de recuperação dos serviços de vacinação de rotina no período pós-covid-19”.
“Este progresso significa que, no meio de um número crescente de nascimentos, os governos estão a vacinar mais crianças do que nunca. Verificaram-se ganhos notáveis nos Camarões, Chade, Costa do Marfim, Etiópia, Madagáscar, Malaui, Moçambique e Uganda”, explicou.
Por sua vez, a cobertura da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) em raparigas em África – a maior causa de cancro do colo do útero -, uma dose, registou 40% em 2023, fazendo com que a região tenha a segunda “taxa de cobertura mais elevada a nível mundial”, salientou.
A Gavi frisou também que o continente africano fez “enormes progressos na luta contra a poliomielite, registando um declínio de 93% nos casos circulantes da variante do poliovírus tipo 1 de 2023 a 2024 e uma diminuição de 65% nos casos da variante do poliovírus tipo 1 apenas no ano passado”.
No entanto, apesar dos progressos, a organização internacional frisou que persistem desafios para chegar às crianças da região.
“Uma em cada quatro crianças continua a ser sub-vacinada”, ou seja, não recebe as principais vacinas de rotina, e “uma em cada cinco crianças não é vacinada, com muitos países a enfrentarem surtos recorrentes, particularmente de sarampo – uma doença altamente contagiosa e potencialmente fatal”.
Para a Gavi, estas lacunas deixam a região vulnerável.
Com base nas conquistas que África tem alcançado, a entidade anunciou também o lançamento de uma estratégia quinquenal, a “Gavi 6.0”, que pretende “proteger o mundo contra pandemias e surtos de doenças”, “vacinar mais crianças contra mais doenças do que nunca – incluindo atingir 50 milhões de crianças vacinadas contra a malária até 2030” e “proteger as comunidades reduzindo o número de crianças com ‘doses zero'”.
De acordo com a nota de imprensa, para que esses objetivos sejam atingidos, os governos e parceiros africanos devem “reduzir as crianças com ‘doses zero’, aumentar a cobertura da imunização de rotina, acelerar a introdução da vacina contra a malária e expandir o acesso às vacinas contra o HPV”.
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