Em 20 de abril, o grupo farmacêutico anunciou que tinha feito um acordo com a agência americana de medicamentos, a Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), para realizar ensaios clínicos de fase III de hidroxicloroquina em pacientes com covid-19 hospitalizados.
Esses estudos tinham como objetivo avaliar o uso deste tratamento em cerca de 440 pacientes nos Estados Unidos.
Mas, em 15 de junho as autoridades de saúde dos Estados Unidos retiraram a autorização para usar dois tratamentos para a covid-19, cloroquina e hidroxicloroquina, que chegaram a ser defendidos pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a Novartis afirmou que decidiu interromper e encerrar o ensaio clínico, uma vez que devido a “graves dificuldades de recrutamento” dos participantes, se tornava “impossível” a sua finalização.
O grupo farmacêutico acrescentou que, durante o estudo, “não foram relatadas preocupações com a segurança” e que não permitiu “tirar conclusões sobre a eficácia” da hidroxicloroquina contra o novo coronavírus.
O uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19 foi muito além do domínio científico e tornou-se objeto de um debate político em todo o mundo e de clivagem na opinião pública.
O cientista-chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, afirmou esta semana que está provado que esse antimalárico não evita a mortalidade em doentes com covid-19 hospitalizados.
A França, onde um controverso médico, o professor Didier Raoult, defendeu a hidroxicloroquina, proibiu em 28 de maio o uso deste medicamento contra a covid-19.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 456 mil mortos e infetou mais de 8,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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