PM britânico promete relançamento económico ‘rooseveltiano’

29 de Junho 2020

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, elegeu hoje como inspiração o antigo Presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt para a sua estratégia de relançamento da economia do Reino Unido afetada pela pandemia covid-19.

“Acho que este é o momento de uma abordagem ‘Rooseveltiana’ no Reino Unido”, afirmou hoje Johnson à Times Radio, num referência ao “New Deal” implementado durante a Grande Depressão da década de 1930, marcado pela intervenção do Estado e projetos de obras públicas para estimular a economia.

O primeiro-ministro falava na véspera de um discurso em que deverá anunciar um programa de investimentos maciço em infraestruturas no país.

Durante a campanha eleitoral em dezembro, Boris Johnson já havia prometido injetar milhões nos serviços públicos.

“O que vamos fazer nos próximos meses é reforçar o nosso programa inicial, que era focado em investimentos, em infraestruturas, educação, tecnologia, para reunificar o país”, afirmou o líder conservador.

Este programa inclui, nomeadamente, um plano de reconstrução escolar dotado de mil milhões de libras (1.100 milhões de euros).

O ministro das Finanças, Rishi Sunak, deverá apresentar um orçamento no outono, disse Boris Johnson, garantindo que não vai haver um regresso à austeridade que marcou os últimos 10 anos do Partido Conservador no poder, iniciados quando David Cameron era primeiro-ministro.

O confinamento decretado para conter a pandemia da covid-19 resultou numa queda de 20,4% no Produto Interno Bruto (PIB) britânico apenas em abril, um recorde histórico.

Sem apoio estatal, a taxa de desemprego poderá atingir níveis nunca vistos desde os anos 1980, superando o pico de 3,3 milhões registados em 1984, noticiou o jornal o Observer no domingo, citando uma análise dos serviços parlamentares.

“Eu penso que as pessoas sentem instintivamente que vai ser difícil. Assistimos a uma grande queda no nosso PIB e todos percebem que vão haver tempos difíceis, mas o Reino Unido é uma economia incrivelmente dinâmica e resiliente e vamos ultrapassar isto muito bem”, garantiu.

NR/HN/Lusa

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