Guiné Equatorial na terceira vaga com aumento do número de casos

16 de Setembro 2021

A Guiné Equatorial está a enfrentar a terceira vaga da covid-19, devido ao aumento de casos na última semana, adiantou hoje o diretor do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC).

“Não estamos livre de perigo, estamos na terceira vaga, com 43 países a representarem 73% de todos os membros a enfrentarem a terceira vaga, e um novo país foi adicionado desde a semana passada, que é a Guiné Equatorial, disse John Nkengasong, durante a conferência de imprensa semanal do África CDC, agência de saúde pública da União Africana.

Em resposta a questões da Lusa sobre o número baixo de casos reportado pelo país, o responsável vincou que o África CDC trabalha com os números que são enviados por cada país e não recolhe os dados no terreno.

“Trabalhamos com os números reportados pelos países, portanto isto é uma comparação com os sete dias anteriores, não é uma avaliação do número total”, disse John Nkengasong, assinalando que “mesmo que haja números baixos, o que conta é a comparação com a semana anterior”.

“Nós não vamos aos países recolher os números, trabalhamos com os dados que os países nos enviam, e isso é o que todas as instituições internacionais de saúde fazem”, salientou o responsável, quando questionado sobre a fiabilidade dos dados enviados por Malabo, que é questionada por várias organizações não-governamentais.

De acordo com os últimos dados apresentados pelo África CDC, a Guiné Equatorial conta com 131 óbitos e 10.498 casos de infeção desde o início da pandemia.

Na conferência de imprensa, John Nkengasong deu conta de uma taxa de fatalidade em África na ordem dos 4,4% do total mundial e elencou que cinco países representam mais de 60% do total de casos de infeção no continente: África do Sul, Marrocos, Tunísia, Líbia e Etiópia.

Há também três países que mostram uma taxa de fatalidade acima de 5%, o Egito, a Somália e o Sudão, mas há a registar uma descida na última semana face à semana anterior.

“Na última semana, houve 133 mil novos casos nos 55 países, o que mostra uma descida de 20% no número de infeções na última semana”, disse John Nkengasong, vincando ainda que houve uma descida de 26% no número de mortes, que foi de cerca de 3.400 na última semana.

O continente africano registou nas últimas 24 horas mais 161 mortes associadas à covid-19 e 14.519 novos casos de infeção pela doença, segundo dados do África CDC.

O total de casos em África subiu assim para 8.096.504, enquanto o de vítimas mortais ascende agora a 204.821 e o de recuperados da doença passa para 7.409.626, mais 23.741 que no dia anterior.

Em relação aos países de língua oficial portuguesa, Moçambique contabiliza 1.898 mortes associadas à doença e 149.671 casos acumulados desde o início da pandemia, seguindo-se Angola (1.360 óbitos e 51.407 casos), Cabo Verde (324 mortes e 36.816 infeções), Guiné Equatorial (131 óbitos e 10.498 casos), Guiné-Bissau (130 mortos e 6.042 infetados) e São Tomé e Príncipe (42 óbitos e 2.893 infeções).

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A covid-19 provocou pelo menos 4.646.416 mortes em todo o mundo, entre mais de 225,72 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

LUSA/HN

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