A iniciativa visa conhecer e compreender o impacto da pandemia nas rotinas diárias, bem-estar, hábitos e comportamentos alimentares, atividade física, variáveis socioeconómicas e perceção do estado nutricional de crianças em idade escolar (6 aos 10 anos), no continente europeu.
O anúncio foi feito na primeira “Conferência do Centro Colaborativo da Organização Mundial de Saúde em Nutrição e Obesidade Infantil”, que está a decorrer no INSA, em Lisboa, após a apresentação dos resultados da 5.ª ronda do estudo COSI Portugal, que aponta uma redução de 8,2 pontos percentuais na prevalência de excesso de peso em crianças dos seis aos oito anos em Portugal entre 2008 e 2019.
“Fizemos questão de apresentar uma série de resultados que temos neste relatório, uma vez que coincidem com dois anos do impacto da covid”, mas falta conhecer o seu “impacto no estado nutricional infantil”, disse à agência Lusa a investigadora do INSA Ana Rito, que vai assumir a condução científica da equipa europeia responsável pelo estudo, coordenado pelo Gabinete Europeu da OMS para a Prevenção e Controlo de Doenças Crónicas Não-Transmissíveis.
Para Ana Rito, é importante continuar a monitorizar o estado nutricional infantil depois de dois anos de pandemia.
“Nós, INSA, estivemos sempre na linha da frente neste combate a esta pandemia que convoca todos, na verdade, e queremos estar igualmente na linha da frente neste estudo científico do impacto da covid-19 na obesidade infantil”, salientou a investigadora.
O estudo vai ser implementado por um grupo de 30 países da rede COSI/OMS Europa durante este ano letivo (2021/2022), com o objetivo de recolher dados válidos e comparáveis sobre o impacto da pandemia, com vista à possível identificação de grupos de risco vulneráveis aos efeitos da pandemia, permitindo informar e sustentar futuras intervenções e políticas de saúde pública, refere o INSA.
O combate à obesidade infantil, enquadrado no contexto de pandemia, levou a OMS Europa a reforçar o sistema europeu de vigilância de obesidade infantil, (Childhood Obesity Surveillance Initiative ou COSI) que inclui 44 países e estuda quase meio milhão de crianças.
“Neste momento, torna-se necessário avaliar o potencial impacto da pandemia no estado nutricional infantil, podendo esta situação ter conduzido ao agravamento do excesso de peso e obesidade na infância, suportado por mudanças no estilo de vida das crianças, onde se incluem as práticas alimentares e de atividade física”, salienta.
Neste âmbito, foi lançada a 6.ª ronda do COSI, que decorrerá no ano letivo corrente que, além da monitorização da prevalência de excesso de peso e de obesidade infantil, incluirá excecionalmente este estudo.
Dada a sua flexibilidade, o formato de implementação do estudo (modalidade e abrangência nacional, regional ou local) será definido por cada país participante, tendo em conta as suas necessidades e especificidades, podendo ser independente ou incorporado na 6.ª ronda do sistema COSI.
O COSI Portugal, coordenado pelo INSA, está integrado no sistema europeu de vigilância nutricional infantil, no qual participam 44 países da Região Europeia da OMS, e constitui por excelência o estudo principal que providencia dados de prevalência de baixo peso, excesso de peso e obesidade de crianças portuguesas dos 6 aos 8 anos.
LUSA/HN
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