“Observou-se uma tendência crescente da ocupação hospitalar por casos de covid-19, com 1.842 casos internados a 23 de maio (+27% em relação à semana anterior)”, avança o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o documento, todos as faixas etárias apresentaram uma “tendência crescente” nos internamentos em enfermaria na última semana, sendo expectável que, dada a subida da incidência de novas infeções, se verifique ainda um aumento da procura de cuidados de saúde e da mortalidade, em especial nos grupos mais vulneráveis.
Quanto aos cuidados intensivos, a DGS e o INSA adiantam que, na segunda-feira, o número de camas ocupadas nessas unidades correspondia a 38,8% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, quando no mesmo dia da semana anterior era de 32,9%.
Os dados hoje divulgados indicam ainda que os hospitais do Norte são os que registam maior ocupação em cuidados intensivos, estando a 57% do nível de alerta estipulado de 75 camas para doentes de covid-19, enquanto as “restantes regiões encontram-se ainda distantes dos seus níveis de alerta”.
Na segunda-feira, a mortalidade específica por covid-19 atingiu os 41 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, revelando também uma tendência crescente e que é cerca do dobro do limiar de 20 mortes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
“A mortalidade por todas as causas encontra-se acima dos valores esperados para a época do ano, com um z-score de 2,4, o que indica um excesso de mortalidade por todas as causas, associado ao aumento da mortalidade específica por covid-19”, alerta o relatório da DGS e do INSA.
De acordo com a autoridade de saúde, a percentagem de testes positivos para SARS-CoV-2 entre 17 e 23 de maio foi de 51,9%, tendo-se registado um aumento do número de despistes da infeção realizados, que passou de cerca de 355 mil para mais de 367 mil.
Relativamente à linhagem BA.5 da variante Ómicron, mais transmissível e que apresenta mutações com impacto na entrada do vírus nas células ou na sua capacidade de afetar a resposta imunitária, já é responsável por 78,7% das infeções em Portugal, substituindo-se à BA.2, que regista agora uma prevalência de 21.3%.
O número de novas infeções por 100 mil habitantes acumulado nos últimos sete dias foi de 1.835 casos, com tendência crescente a nível nacional e nas várias regiões do país, e o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus está nos 1,13 a nível nacional.
Perante estes indicadores, que demonstram que a “epidemia de covid-19 mantém uma incidência muito elevada com tendência crescente”, o documento da DGS e do INSA aconselha a que seja mantida a vigilância da situação epidemiológica, “recomendando fortemente o reforço das medidas de proteção individual e a vacinação de reforço”.
Em 18 de maio entrou em vigor a contabilização das suspeitas de reinfeção, com a atualização retrospetiva dos casos acumulados.
De acordo com a DGS, os novos casos passam a incluir as primeiras infeções e as reinfeções pelo SARS-CoV-2 e os indicadores apresentados neste relatório refletem esta atualização.
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LUSA/HN
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