“O confinamento sanitário total foi imposto aos campos de Malakassa e Schisto (no norte e no oeste de Atenas) e de Eleonas”, perto da capital, disse o Governo, em comunicado.
As autoridades detetaram, na semana passada, um primeiro caso de infeção de Covid-19 no campo de Moria, na ilha de Lesbos, considerado o maior e com piores condições da Europa, onde vivem cerca de 12.700 pessoas, ou seja, mais do quádruplo da sua capacidade.
Após cerca de 1.600 testes de triagem, pelo menos 17 pessoas em Moria mostraram resultados positivos para a infeção da Covid-19.
A presença de dezenas de milhares de requerentes de asilo em campos insalubres em todo o país é uma preocupação para as autoridades, que receiam que aí surjam novos surtos da pandemia.
Já na semana passada, o campo de Moria e dois outros campos na Grécia continental foram colocados em quarentena por 15 dias, depois de terem surgido casos de contágio.
As restrições à circulação impostas em campos de migrantes desde meados de março não foram ainda levantadas pelo Governo grego, apesar das críticas de várias organizações humanitárias, que consideraram essas medidas “discriminatórias” já que a decisão de ‘desconfinar’ abarcou todo o país a partir do início de maio.
O ministro grego das Migrações e Asilos, Notis Mitarachi, congratulou-se hoje com a redução de 38%, registada desde janeiro, no número de migrantes que vivem nos acampamentos lotados localizados nas cinco ilhas do mar Egeu, transferidos para estruturas no continente.
Notis Mitarachi elogiou também a diminuição de 90% no número de chegadas de migrantes da vizinha Turquia desde o início do ano, em comparação com 2019.
A Grécia contabiliza, até agora, 289 mortes por Covid-19, não tendo sido tão gravemente afetada como outros países europeus.
Nenhuma morte foi registada nos campos de migrantes.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortos e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.846 pessoas das 60.895 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
LUSA/HN
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