Primeiro medicamento radiofármaco português poupou 50 ME numa década

15 de Abril 2023

O primeiro medicamento radiofármaco português, produzido pela Universidade de Coimbra (UC) desde 2012, para utilização nos exames de Tomografia por Emissão de Positrões (PET), permitiu ao país poupar 50 milhões de euros (ME) numa década.

“Antes da entrada em produção na ICNAS Pharma [empresa da UC], o radiofármaco necessário para a realização dos exames PET no país era importado de Espanha, com um custo anual de cerca de 5 milhões de euros”, refere um comunicado da UC, enviado hoje à agência Lusa.

De acordo com a nota, a ICNAS Pharma atingiu esta sexta-feira a produção número 5.000 do radiofármaco, que é o principal medicamento utilizado nos exames PET para o diagnóstico em oncologia, cardiologia e neurociências, além de ser usado também para investigação.

Para o reitor da UC e diretor técnico da empresa, Amílcar Falcão, “este volume de produção é um indicador inequívoco do sucesso da empresa e corresponde a mais um passo para a afirmação do trabalho que é desenvolvido na área da saúde, assim como afirma a investigação de excelência que fazemos na área das ciências nucleares aplicadas à saúde”.

O radiofármaco FDG UC é distribuído pela ICNAS Pharma para os principais hospitais nacionais, através da FarDiotop, uma empresa incubada no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra.

Desde o seu lançamento, em 2012, a empresa da UC já colocou no mercado mais seis medicamentos radiofarmacêuticos, resultado da sua investigação.

“Alguns destes radiofármacos são pioneiros a nível mundial, como é o caso do GalliUC, produzido a partir do Gálio-68 do ciclotrão, através de um processo patenteado pela UC, que provocou uma autêntica revolução nos processos de produção deste isótopo ao nível global”, sublinho o diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa, citado no comunicado.

A produção combinada de todos os radiofármacos produzidos na UC já atingiu as 10.000 produções, tendo estes medicamentos sido utilizados em centenas de milhares de exames de diagnóstico.

Segundo Antero Abrunhosa, “todos os proveitos da operação da ICNAS Pharma e das patentes relacionadas são reinvestidos em investigação e desenvolvimento na Universidade de Coimbra, criando um verdadeiro ecossistema de investigação, desenvolvimento e inovação único no país”.

LUSA/HN

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