Segundo dados fornecidos à agência Efe pelo Ministério do Interior, o “número de tentativas irregulares de emigração para a Europa” “reduziu-se sobretudo na zona atlântica”, graças à vigilância das praias.
O Ministério do Interior referiu ainda que “a taxa de decréscimo atingiu este ano 36%” face ao anterior.
Marrocos constata uma pressão especial naquela zona do sul de Marrocos e do Sahara, de onde, não só partem barcos das costas, mas também numerosas embarcações de países como a Mauritânia ou o Senegal, que percorrem as suas águas na tentativa de chegar às ilhas espanholas, acrescenta a tutela.
Na última semana, as autoridades marroquinas resgataram 235 pessoas das águas do Atlântico, que foram transportadas para a localidade de Dajla, no Sahara Ocidental, segundo fontes de salvamento marítimas.
Dados do Interior mostram que, das 2.000 pessoas resgatadas nos últimos dois meses naquela área, apenas cerca de 300 eram marroquinas.
A pressão migratória poderá aumentar com o agravamento das condições socioeconómicas e de segurança que prevalecem na região do Sahel, além dos efeitos negativos das alterações climáticas e da pandemia da covid-19, alerta ainda o Ministério do Interior.
Os dados mostram que as autoridades marroquinas resgataram, até este ano, 4.700 pessoas das águas do Atlântico e do Mediterrâneo, a outra rota de emigração para Espanha a partir das costas marroquinas.
Nos últimos cinco anos, Marrocos travou quase 370 mil tentativas de emigração (pessoas que tentaram emigrar) e resgatou do mar 90 mil emigrantes, graças, insiste o Ministério do Interior, “ao enorme esforço feito pelas autoridades marroquinas na vigilância das praias”.
O ministério adianta que neste período terão sido desmanteladas 1.500 redes de tráfico de pessoas, marroquinas e estrangeiros.
“Os serviços de segurança marroquinos têm obtido resultados muito positivos na redução da atividade das redes criminosas ativas no domínio do tráfico de migrantes (…), sendo de salientar que Marrocos não consegue suportar sozinho a pressão migratória direcionada para a Europa”, sublinha a tutela.
Até meados deste ano, Marrocos apreendeu cerca de 400 meios de transporte marítimo utilizados para o tráfico de pessoas.
Segundo o Ministério do Interior espanhol, de 01 de janeiro a 30 de junho, 12.192 pessoas chegaram a Espanha por via marítima, menos 4,17% do que em 2022.
Destas, 4.865 fizeram-no pela rota do Mediterrâneo (mais 29,2%) e 7.213 pela rota Atlântico (menos 18,5%).
LUSA/HN
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