Urgências dos hospitais de Lisboa Central sob pressão mantem escalas de novembro asseguradas

4 de Novembro 2023

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) alertou hoje para o aumento de pressão devido aos constrangimentos em várias unidades hospitalares da região, mas garantiu que as escalas em novembro nos seus três serviços de urgência estão asseguradas.

“O aumento da procura e dos transportes feitos pelo INEM provenientes de fora da área de influência do CHULC está a ter impacto na capacidade organizativa de todos os serviços do centro hospitalar, altamente diferenciados e de última linha”, destacou este centro hospitalar em comunicado.

A maior atividade em urgência tem impacto na capacidade programada e na ocupação das camas de internamento, colocando as unidades e os profissionais sob pressão, realçou.

O CHULC apontou, como exemplo, que “as admissões de doentes de fora da área de influência à Urgência Geral Polivalente (UGP, Hospital de São José) durante o mês de outubro, já superaram as verificadas no ano anterior, chegando aos 61% no passado dia 07 [de outubro]”.

Para o período entre 01 de outubro e 01 de novembro de 2023, em comparação com o período homólogo de 2022, registou‐se um aumento de 16% de doentes atendidos na UGP provenientes de fora da área e transportados pelo CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], detalhou o centro hospitalar na nota de imprensa.

“No que se refere à área cirúrgica, destaca‐se que 75% do total das cirurgias de urgência, realizadas na UGP, considerando todas as especialidades, foram feitas a doentes fora da área de influência do CHULC. Isto demonstra a gravidade das situações recebidas de outros hospitais. Entre 2022 e 2023, o aumento em outubro foi de 73%, passando de 146 para 252 cirurgias a doentes de fora da área”, acrescentou.

O CHULC realçou que, apesar da pressão sobre os três serviços de urgência – no Hospital de São José, na Maternidade Dr. Alfredo da Costa e no Hospital de D. Estefânia – as “escalas de novembro (…) estão asseguradas na generalidade”.

“Trata‐se de um sinal evidente do espírito de missão dos profissionais do CHULC, tendo por base sucessivas e diárias reorganizações e adaptações para conseguir dar resposta a um número de doentes imprevisível e tendencialmente mais graves”, frisou o centro hospitalar.

O conselho de administração do CHULC considera que a resposta da UGP e restantes urgências deste centro hospitalar “tem sido exemplar” e corresponde “a um forte compromisso com a missão do SNS e é fruto do empenho e dedicação de todos os profissionais”, pode ler-se ainda no comunicado.

Mais de 30 hospitais de norte a sul do país estão a enfrentar constrangimentos e encerramentos temporários de serviços devido à dificuldade das administrações completarem as escalas de médicos.

Em causa está a recusa de mais de 2.500 médicos em fazerem mais do que as 150 horas extraordinárias anuais a que estão obrigados.

Esta crise já levou o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, a admitir que novembro poderá ser dramático, caso o Governo e os sindicatos médicos não consigam chegar a um entendimento.

As negociações entre sindicatos e Governo já se prolongam há 18 meses e há nova reunião marcada para sábado.

LUSA/HN

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