EUA e China estreitam diálogo para combater tráfico do opiáceo fentanil

29 de Janeiro 2024

Peritos norte-americanos e chineses retomarão na terça-feira as discussões para combater melhor a produção de componentes do fentanil, um opiáceo sintético que está a causar problemas graves nos Estados Unidos e pelos quais Washington culpa Pequim.

Representantes da administração Biden adiantaram à agência noticiosa francesa AFP que estas discussões no âmbito de um grupo de trabalho sobre a luta contra os estupefacientes, que terá lugar na próxima terça-feira em Pequim, seguem-se à cimeira EUA-China de novembro passado, em São Francisco, durante a qual os presidentes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, estabeleceram um diálogo que permaneceu sem solução durante anos.

Segundo os norte-americanos, o Presidente chinês tinha concordado em tomar “uma série de medidas significativas para reduzir consideravelmente os fornecimentos” de componentes de fentanil provenientes da China, que transitam frequentemente através do México e dos seus cartéis de tráfico.

“Durante anos, a cooperação bilateral antinarcóticos entre os Estados Unidos e a República Popular da China foi suspensa, impedindo o progresso”, afirmou uma autoridade dos EUA sob anonimato, sublinhando, contudo, que a situação mudou durante a reunião de 15 de novembro.

Washington espera que a China coopere, perseguindo empresas que fabricam precursores químicos de fentanil e reduzindo o financiamento para o comércio.

O fentanil está a causar cerca de 100 mil mortes por ‘overdose’ por ano nos Estados Unidos, tornando-se a principal causa de morte entre pessoas de 18 a 49 anos, lembrou o responsável norte-americano.

A luta contra este opiáceo sintético – que é muito mais poderoso do que a heroína -, será um dos temas da campanha presidencial americana.

Desde a cimeira, a China fechou um negócio, bloqueou alguns pagamentos internacionais e retomou a troca de informações sobre entregas e tráfico, acrescentou o responsável norte-americano.

A reunião, que incluirá funcionários da justiça, da segurança interna, da diplomacia e do combate ao narcotráfico dos EUA, centrar-se-á na “coordenação contínua para apoiar ações concretas” na luta contra o fentanil, adiantaram as fontes.

A China e os Estados Unidos voltaram ao diálogo nos últimos meses, tendo, por exemplo, o principal diplomata de Pequim, Wang Yi, e o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, estado reunidos em Banguecoque na semana passada.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Fundação Champalimaud: Como os cérebros transformam sons em ações

Um novo estudo do Laboratório Renart, publicado na Current Biology, apresenta resultados que permitem a nossa compreensão sobre como as informações sensoriais e as escolhas comportamentais estão entrelaçadas dentro do córtex — a camada externa do cérebro que molda a nossa percepção consciente do mundo.

Xavier Barreto: “Não podemos andar de seis em seis meses a mudar tudo”

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defendeu que uma das principais, e mais polémicas, reformas do Serviço Nacional de Saúde deve ser mantida pelo novo Governo. No âmbito da 13ª Conferência Valor APAH, Xavier Barreto afirmou: “A reforma das ULS deve ser mantida”.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights