Cruz Vermelha Portuguesa mobiliza maior contingente dos últimos 5 anos para combater incêndios

17 de Setembro 2024

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) lançou hoje uma operação de emergência sem precedentes nos últimos cinco anos, mobilizando um contingente de 100 colaboradores e voluntários para prestar auxílio às populações afetadas pelos incêndios que assolam várias regiões de Portugal desde domingo.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a CVP detalhou que esta mobilização massiva tem como objetivo fornecer “apoio humanitário, médico e logístico” em resposta à crise dos incêndios. A operação, que teve início no domingo, está a ser coordenada em estreita colaboração com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

O presidente da CVP, António Saraiva, sublinhou a gravidade da situação, afirmando: “As nossas principais prioridades são salvar vidas e apoiar as comunidades afetadas pelos incêndios. Este é o maior esforço que empreendemos nos últimos cinco anos e estamos firmemente empenhados em continuar a oferecer o apoio necessário para ajudar as populações atingidas a superar esta calamidade.”

A mobilização inclui uma vasta gama de recursos especializados:

  1. Oficiais de Saúde Mental e Apoio Psicossocial (SMAPS): Estes profissionais são especializados em prestar apoio a populações em situações de crise, oferecendo assistência psicológica crucial neste momento de stress e trauma.
  2. Oficiais de Ligação: Destacados em postos de comando para assegurar uma comunicação eficaz entre as várias entidades envolvidas na operação.
  3. Técnicos de Emergência Médica: Um total de 46 técnicos, distribuídos por 23 ambulâncias, prontos para prestar os primeiros socorros e assistência médica de emergência.
  4. Equipas Médicas: Destacadas para reforçar os cuidados do serviço de urgência básico de Águeda, uma das áreas mais afetadas pelos incêndios.
  5. Equipa Nacional de Resposta a Desastres: Esta equipa especializada conta com tecnologia avançada, incluindo um drone para monitorização de incêndios e vigilância, permitindo uma resposta mais eficaz e direcionada.
  6. Viaturas de Transporte Múltiplo: Quatro veículos dedicados a evacuações e transporte de pessoas em risco, garantindo a segurança das populações nas áreas mais ameaçadas.
  7. Veículos de Comando e Comunicação: Dois veículos equipados para garantir a eficácia da rede de comunicação entre as diversas equipas de intervenção no terreno.
  8. Abrigo Temporário de Emergência: Uma estrutura preparada para receber populações deslocadas das regiões afetadas, oferecendo um local seguro e confortável para aqueles que foram forçados a abandonar as suas casas.

A situação no terreno continua crítica. Desde domingo, os incêndios já causaram pelo menos quatro vítimas mortais e 40 feridos, dos quais dois em estado grave. As regiões norte e centro do país têm sido particularmente afetadas, com focos significativos em Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, no distrito de Aveiro. Os danos materiais são extensos, com dezenas de casas destruídas e várias vias de comunicação importantes, incluindo as autoestradas A1, A25 e A13, temporariamente encerradas.

De acordo com os últimos dados da ANEPC, divulgados esta manhã por volta das 09:30, estavam ativos mais de 140 incêndios, mobilizando mais de 5.000 operacionais, apoiados por 1.600 meios terrestres e 21 meios aéreos. As estimativas preliminares apontam para uma área ardida de pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.

Face à gravidade da situação, o Governo português anunciou o prolongamento da situação de alerta até quinta-feira, devido às previsões meteorológicas desfavoráveis. Adicionalmente, foi criada uma equipa multidisciplinar, coordenada pelo Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, para gerir as consequências dos incêndios. Esta equipa realizou hoje a sua primeira reunião em Aveiro.

António Saraiva fez um apelo veemente à população: “A CVP apela à solidariedade da sociedade civil e lembra que a colaboração de todos é crucial”. O presidente da instituição reforçou ainda a importância de respeitar as orientações das autoridades, especialmente no que diz respeito às recomendações de evacuação.

A Cruz Vermelha Portuguesa assegurou que está preparada para “intensificar a sua resposta conforme necessário”, demonstrando o compromisso contínuo da instituição em apoiar o país neste momento de crise. Esta mobilização sem precedentes nos últimos cinco anos sublinha a gravidade da situação e a necessidade de uma resposta coordenada e abrangente para minimizar os danos e proteger as populações afetadas.

NR/HN/Lusa

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