Em causa está o possível encerramento do Serviço de Urgência Básica (SUB) do Centro de Saúde de Castro Verde, no distrito de Beja, em vários dias deste mês, “devido às ausências de médicos, o que limita a elaboração das escalas”, revelou à agência Lusa o presidente da câmara deste concelho, António José Brito.
E, já esta sexta-feira, “há mesmo a possibilidade de encerramento durante 24 horas”, acrescentou o autarca.
Esta situação levou os presidentes das câmaras de Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar, Mértola e Ourique a solicitarem uma reunião “com caráter de urgência” à administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
Os autarcas, todos eleitos pelo PS, lembraram que, apesar dos seus esforços “para ‘fixar’ médicos e apoiar o bom funcionamento dos serviços”, estão “a ser confrontados com um problema muito grave”, com o qual dizem não se conformar, “porque, naturalmente, afeta de forma muito negativa as populações destes concelhos”.
Por isso, os presidentes das cinco câmaras municipais pediram “uma reunião conjunta” com a administração da ULSBA “para que seja possível avaliar a situação” e definir “em conjunto uma estratégia para superar este problema tão complexo que muito afeta as populações desta região”.
Em comunicado, também a CDU de Castro Verde criticou publicamente o funcionamento do SUB e agendou uma concentração para sábado, pelas 10:30, em frente ao centro de saúde da vila.
A coligação que junta PCP e o partido Os Verdes afirmou que os anunciados encerramentos do SUB de Castro Verde nos meses de novembro e dezembro são “uma situação gravosa que, para além de afetar os castrenses, atinge os habitantes dos concelhos limítrofes”.
“São mais de 36.000 pessoas que se veem privadas das respostas de urgência na área da saúde, o que configura claramente o não cumprimento do direito à saúde, consagrado na Constituição Portuguesa”, pode ler-se.
No comunicado, a CDU frisou ainda que o que está a acontecer no SUB de Castro Verde “é apenas um exemplo do que, infelizmente, se verifica um pouco por todo o país, fruto de um desinvestimento e mau planeamento dos sucessivos governos, liderados pelo PS e PSD, no Serviço Nacional de Saúde”.
“A falta de médicos que assegurem as escalas nos serviços de urgência é apenas um sintoma, entre muitos outros, que coloca em causa o acesso a um serviço público de saúde eficiente e limita um direito fundamental das populações”, argumentou a coligação.
LUSA/HN
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