Segundo dados divulgados hoje pelo instituto de saúde pública belga Sciensano, a Bélgica, onde a segunda vaga da pandemia ameaça colapsar o sistema de saúde em poucos dias e já atingiu as taxas registadas em março e abril, registou uma média de 15.847 novos casos diários entre 21 e 27 de outubro, um aumento de 31% em comparação com os sete dias anteriores.
Entre 21 e 27 de outubro, uma média de 90 pessoas por dia morreu de covid-19, um aumento de 140% em comparação com o período anterior, dos quais uma média de 67 em hospitais e 23 em lares de idosos.
As admissões hospitalares, registadas entre 24 e 30 de outubro, foram em média de 636 por dia (+ 59%) para um total de 6.438 pessoas admitidas no hospital por causa do vírus, das quais 1.105 se encontram em unidades de cuidados intensivos (UCI).
As autoridades belgas já avisaram que, se a tendência não for invertida, as UCI atingirão a capacidade máxima de cerca de 2.000 camas nos próximos dias.
Com estes números, a Bélgica registou uma incidência acumulada de 1.701,2 casos em média por 100.000 habitantes durante os últimos 14 dias, a mais elevada da Europa.
Entre 21 e 27 de outubro foi registado um total de 452.762 casos numa população de cerca de 11 milhões de pessoas, com uma taxa média positiva de 26,9%.
Na sexta-feira, a Bélgica anunciou uma série de novas restrições contra o novo coronavírus, incluindo o encerramento de todas o comércio “não essencial” até meados de dezembro – com o objetivo de “evitar o colapso” dos serviços de saúde.
As medidas incluem o encerramento de empresas em profissões de contacto com o público, não médicas, tais como cabeleireiros e centros de beleza, mas os supermercados e as lojas de ‘takeaway’ permanecerão abertos.
Foi também decidido tornar o teletrabalho obrigatório sempre que possível e prolongar as férias escolares de outono, marcadas para a próxima semana, até 15 de novembro.
A mobilidade não é proibida às portas de uma ponte de férias, embora as viagens não essenciais sejam fortemente desencorajadas.
No que diz respeito a contactos próximos, a regra atual de quatro desaparece e apenas uma pessoa de cada vez pode ser convidada a ir a casa, que será o único contacto próximo que poderá ter, enquanto que no exterior poderá estar com até quatro pessoas de cada vez, mas sempre de máscara, e individualmente é permitido passear e fazer exercício.
LUSA/HN
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