Deputados do PSD pedem reunião urgente à ministra sobre possível fim da maternidade do Barreiro

1 de Fevereiro 2025

Os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Setúbal pediram hoje uma reunião urgente à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, sobre a possibilidade de encerramento da maternidade do Hospital do Barreiro, defendendo que essa "não pode ser solução".

Ana Paula Martins anunciou hoje que o Governo vai estudar a proposta de um grupo de peritos para a criação de um centro maternoinfantil na Península de Setúbal e de integração do Hospital do Barreiro e do Hospital Garcia de Orta (Almada), num regime de urgência metropolitana.

Numa nota, os deputados social-democratas referiram que foram “apanhados de surpresa” com esta possibilidade, baseada num estudo técnico.

“É por todos sabido que a herança socialista na área da saúde é pesada, e que nos últimos 8 anos se foram perdendo muitos profissionais de saúde da área de ginecologia-obstetrícia (…). A situação não é fácil de resolver, mas encerrar definitivamente uma maternidade que é a segunda maior do distrito em nascimentos, e num dos maiores distritos do país, não pode ser solução”, destacaram.

Os deputados Bruno Vitorino, Teresa Morais, Sónia dos Reis e Paulo Edson Cunha sublinharam que “o PSD sempre se opôs a esta possibilidade”, lamentando também “a forma alarmista como esta notícia foi tornada pública”.

A ministra da Saúde explicou hoje, em Elvas, que a proposta da Comissão Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, coordenada por Caldas Afonso e entregue há dois dias ao Governo, para a criação de um centro maternoinfantil na Península de Setúbal, já foi testada com sucesso no norte.

A proposta, explicou a governante, refere-se, sobretudo, à integração do hospital do Barreiro e do Hospital Garcia de Orta [Almada], num regime de urgência metropolitana”.

Já o hospital de Setúbal, referiu Ana Paula Martins, “fazendo parte deste conceito de centro maternoinfantil, continua a ser um polo”, mantendo-se para dar resposta à sua área e “também para dar um apoio grande ao litoral alentejano”.

A proposta surge após a tutela “reconhecer que, no último um ano e meio ou dois anos, a Península de Setúbal tem tido muitas dificuldades em conseguir dar resposta à área obstétrica e isso é muito penalizador para as mulheres e famílias”, realçou.

De qualquer forma, “o Ministério da Saúde ainda não tomou uma decisão”, notou a responsável, assegurando que o Governo só avançará com alterações após falar com os autarcas das áreas abrangidas, conselhos de administração e equipas hospitalares.

O presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, adiantou hoje que, juntamente com os outros autarcas da área de influência do hospital do Barreiro, vai pedir uma reunião de urgência com a ministra da Saúde para perceber as reais medidas de fundo que estão a ser pensadas para o território, considerando que o foco principal deve ser a prestação de melhores cuidados de saúde.

Para Frederico Rosa, a medida prevista pelo Governo não resolverá o verdadeiro problema, que é a falta de recursos humanos e que exige uma maior valorização dos profissionais.

“Enquanto não se tomarem medidas de fundo, que passam muito pela valorização das carreiras e pela capacidade de atrair, mas acima de tudo, de reter os profissionais no Serviço Nacional de Saúde, andamos de tempos a tempos a falar sobre estas questões”, disse.

Também a comissão de utentes do Barreiro repudiou hoje a possibilidade de a urgência de obstetrícia encerrar no hospital da cidade, considerando tratar-se de uma medida lamentável.

Já a administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS), da qual faz parte do Hospital Garcia de Orta (Almada) disse hoje que sempre defendeu a concentração de urgências de ginecologia e obstetrícia na Península de Setúbal como solução para os constrangimentos, mas alertou que é preciso garantir “superiormente os recursos humanos necessários”.

LUSA/HN

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