Ministro realça importância de produção de reservas de medicamentos no atual contexto geopolítico

5 de Fevereiro 2025

O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, realçou hoje a importância de Portugal contribuir, no contexto da União Europeia e da NATO, para assegurar reservas estratégicas de medicamentos no atual contexto geopolítico.

“Do ponto de vista militar, quando falamos da necessidade de assegurar estas reservas, pensamos também no contexto desta alteração geopolítica. E nós sabemos que muitos medicamentos hoje são fabricados noutras latitudes, sendo nossa obrigação também na União Europeia e no contexto da NATO, assegurarmos que esta produção, que é estratégica, insisto, seja feita também, no que tem a ver com Portugal, no território nacional”, considerou o ministro.

Nuno Melo falava aos jornalistas após uma visita de cerca de três horas ao Laboratório Nacional do Medicamento, em Lisboa, – uma instituição do Exército, – na qual foi acompanhado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Mendes Ferrão, entre outras entidades.

O governante disse estar em causa uma área “absolutamente estratégica do ponto de vista da soberania de Portugal” e afirmou que a tutela pretende dotar este laboratório, que já é “de excelência e um exemplo do ponto de vista nacional”, ainda com “melhores condições”.

Esse investimento, de acordo com o ministro, pode passar por melhores condições logísticas, técnicas, infraestruturais ou humanas.

Apesar de considerar que este laboratório “pode fazer ainda mais no futuro”, Nuno Melo salientou que atualmente esta instituição já dá “todas as respostas que lhe são pedidas”.

O Laboratório Nacional do Medicamento produz vários medicamentos que não existem no mercado, seja por terem sido descontinuados ou por já não serem rentáveis do ponto de vista económico, fornecendo-os ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Tem uma média de produção de dois milhões de unidades por ano e nesta instituição trabalham 113 pessoas, 74 civis e 39 militares.

Considerando que “muitas vezes os portugueses não têm a ideia da importância” da atividade deste tipo de instituições, Nuno Melo realçou que “as Forças Armadas não são só a componente militar” e que “não há duplo uso mais perfeito do que o medicamento”.

“Quando falamos do medicamento, nós sabemos que o medicamento serve ao contexto militar, serve ao contexto civil. Aqui produzem-se alguns medicamentos que só se produzem aqui, porque são medicamentos raros, são medicamentos que a indústria já não produz, muitas vezes porque não são sequer rentáveis, mas são assegurados aqui no Laboratório Nacional do Medicamento, através das Forças Armadas, e tudo isto é muito virtuoso”, enalteceu.

Em 2021, o antigo Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos passou a denominar-se Laboratório Nacional do Medicamento, continuando na dependência do Exército.

NR/HN/Lusa

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