Liderado pelo investigador Sun Yirong, do Instituto de Biomedicina e Saúde de Cantão, no sul da China, o estudo mostrou que a remoção de uma proteína essencial, a STING, pode aumentar significativamente as taxas de sobrevivência à radiação, noticiou na quinta-feira o jornal South China Morning Post, de Hong Kong.
O trabalho, publicado em 12 de fevereiro na revista Cell Death & Differentiation, revela que, para além da função conhecida na resposta imunitária a vírus, a proteína STING desempenha um papel fundamental na morte celular (apoptose) induzida pela radiação.
Esta descoberta abre novas possibilidades para proteger as pessoas dos efeitos destrutivos da radiação, tanto em desastres nucleares como em tratamentos de radioterapia para o cancro.
Na experiência, conduzida em ratinhos geneticamente modificados para eliminar a proteína STING, os investigadores expuseram os animais à radiação abdominal.
Os resultados foram surpreendentes: os ratos sem STING sobreviveram a uma taxa cinco vezes superior à dos ratos normais, atingindo 67% de sobrevivência em comparação com 11%.
Além disso, os ratos modificados apresentaram um crescimento 2,3 vezes superior nas vilosidades intestinais, indicando uma maior resistência aos danos da radiação.
A equipa descobriu também que o bloqueio da via de sinalização ativada pela radiação diminuiu a taxa de morte celular.
Em particular, ao utilizar um inibidor da enzima PARP1, que reduz a produção de moléculas que ativam a apoptose, a taxa de morte celular foi reduzida de 45% para 12%.
Esta descoberta pode ter aplicações importantes no campo da radioterapia, melhorando a eficácia do tratamento do cancro e oferecendo novas estratégias para proteger a população de situações extremas de radiação, como acidentes nucleares, segundo os autores.
Sun Yirong observou que as terapias baseadas nestes resultados poderiam otimizar o tratamento do cancro e proporcionar uma defesa mais eficaz contra os danos causados pela radiação.
lusa/HN
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