Líder do PCP critica Governo por privatizar centros de saúde na “25.ª hora

16 de Março 2025

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou hoje o Governo por, “na sua 25.ª hora” ter decidido “privatizar 174 centros de saúde” pelo país e de estar “ao serviço daqueles que fazem da doença um negócio”.

“O Governo não está a responder aos problemas da vida do país e da vida das pessoas. Não está, pelo contrário, está a fazer de cada problema uma oportunidade de negócio”, afirmou o líder comunista em Arraiolos, no distrito de Évora, em declarações aos jornalistas.

À margem de um almoço regional do 104.º aniversário do PCP, sob o lema, “Projecto, Luta, Confiança”, que decorreu no pavilhão multiúsos desta vila alentejana, Paulo Raimundo apontou “baterias” à saúde para exemplificar estas críticas ao Governo demissionário.

“O Governo, na sua 25.ª hora, aquilo que decidiu foi privatizar 174 centros de saúde. É 20% quase de todo o conjunto de centros de saúde do nosso país, para não falar já das parcerias público-privadas (PPP) para cinco hospitais”, argumentou.

Para o líder comunista, trata-se de “uma operação clara”, que não está ao serviço da maioria das pessoas, dos utentes, de quem trabalha ou dos idosos.

“É ao serviço daqueles que fazem, neste caso, da doença um negócio, desses que têm estado a crescer. Eles estão muito satisfeitos com este Governo e queriam que este Governo continuasse”, afirmou o secretário-geral do PCP.

Já antes de falar aos jornalistas, durante a intervenção perante os militantes e simpatizantes do PCP que encheram hoje pavilhão multiúsos de Arraiolos, Paulo Raimundo tinha abordado esta decisão tomada pelo Governo da AD (PSD/CDS-PP) “à 25.ª hora antes de cair”, com “uma assinatura em duas horas”, qualificando-a como “uma vergonha”.

Este é “belo negócio para a CUF, belo negócio para os ‘melos’, belo negócio para os que fazem da doença um negócio”, ironizou.

Mas, pelo contrário, vincou, é “uma dramática notícia para os milhares e milhares de utentes que têm no Serviço Nacional de Saúde e só no Serviço Nacional de Saúde a garantia de cuidados médicos e de acompanhamento médico”.

Na intervenção, o líder comunista, entre outros temas, acusou também o Governo de “vender gato por lebre”, porque hoje “o país está pior, ao contrário do que eles dizem”.

“O Governo fez mal naquilo que concretizou, mas preparava-se para fazer ainda pior com aquilo que tinha e tem planeado. Desde logo o assalto à Segurança Social”, argumentou.

Segundo Paulo Raimundo, os governantes “querem pôr as mãos nos fundos da Segurança Social” e que os trabalhadores trabalhem “mais tempo”, em prol dos grupos económicos.

Aos jornalistas, face às eleições antecipadas, garantiu que os comunistas estão “confiantes para esta batalha” e de que “vai haver espaço para discutir as políticas” porque, para si, a questão que rodeia o primeiro-ministro Luís Montenegro “está profundamente arrumada”.

“O senhor primeiro-ministro, face aquilo que se conhece hoje, não é preciso vir a conhecer mais nada, não tinha quaisquer condições para continuar a ocupar o cargo de primeiro-ministro e devia ter tomado uma atitude que era aquela que, apesar de tudo, lhe permitia sair ligeiramente por cima, […] demitia-se, o seu Governo caía. Assim não, insistiu em prolongar esta degradação da vida política nacional”, defendeu Paulo Raimundo.

NR/HN/Lusa

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