“É importante referir que nem o sistema da BioNTech nem o da Pfizer foram violados nesse incidente e não temos conhecimento de dados pessoais que tenham sido pirateados”, lê-se num comunicado.
“Estamos a aguardar mais informações sobre a investigação do AEM e iremos reagir da maneira apropriada, de acordo com a legislação europeia. Dadas as considerações críticas de saúde pública e a importância da transparência, continuamos a fornecer evidências claras sobre todos os aspetos do desenvolvimento de vacinas e do processo regulatório”, lê-se no documento.
Hoje, em Haia, a AEM denunciou que foi objeto de um “ciberataque” e anunciou a abertura de uma investigação, em colaboração com a polícia holandesa.
“A AEM foi objeto de um ciberataque. A agência abriu imediatamente um inquérito completo, em estreita colaboração com a polícia”, declarou num comunicado a agência europeia, com sede em Amesterdão desde 2019, após o anúncio da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
A agência não avançou pormenores sobre se o incidente afetou os testes, em curso, para dar autorização de comercialização das vacinas para o novo coronavírus desenvolvidas pelas farmacêuticas Pfizer, BioNTech e Moderna.
Na breve nota, a AEM escusou-se a adiantar informações adicionais enquanto estiver em curso a investigação.
A autorização condicional da vacina Pfizer/BionTech está prevista o mais tardar para 29 deste mês, enquanto em relação à da Moderna deverá ser anunciada a 12 de janeiro de 2021.
A agência está também a analisar os desenvolvimentos da vacina da Universidade de Oxford, da AstraZeneca e da Johnson & Johnson.
No comunicado, a AEM não adiantou quando ocorreu o ataque.
A 02 deste mês, em Lyon, a Interpol emitiu um alerta global aos seus 194 países membros, incluindo Portugal, alertando-os para se prepararem para os ataques das redes de crime organizado que em breve vão atuar nas vacinas contra a covid-19.
O “aviso laranja” da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), descreve possíveis atividades criminosas como falsificação, roubo e publicidade ilegal sobre as futuras vacinas contra a covid-19 e contra a gripe, comportamentos criminosos que já foram detetados durante o período pandémico com outros produtos.
O aviso também abrange exemplos criminosos nos quais as pessoas que os cometem anunciam, vendem e administram vacinas falsas.
Com uma série de vacinas contra a covid-19 a serem brevemente aprovadas e com distribuição a nível global, é essencial os países garantirem a segurança da cadeia de abastecimento e identificar os ‘sites’ ilícitos que vendem produtos falsificados, tal como já aconteceu com máscaras e álcool gel.
Uma boa coordenação entre os órgãos de polícia criminal e as diversas entidades reguladoras de saúde terá, segundo a Interpol, um papel vital para garantir a segurança das pessoas e o bem-estar das comunidades neste período de pandemia.
Além dos perigos de solicitar produtos potencialmente fatais, uma análise da Unidade de Crimes Cibernéticos da Interpol revelou que há cerca de três mil ‘sites’ associados a farmácias ‘online’ sob suspeita de vender medicamentos ilícitos e dispositivos médicos e que 1.700 continham ameaças cibernéticas, como vírus informáticos.
LUSA/HN
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