Em causa está uma resolução do conselho de ministros de Cabo Verde, publicada ao final do dia de segunda-feira, 14 de dezembro, para entrar hoje em vigor, que, lê-se, segue a “recomendação emitida pela Comissão Europeia sobre o uso de testes de antigénio e do seu reconhecimento, enquanto meio de diagnóstico válido e célere” da Covid-19.
Esta resolução vem alterar a anterior, de 12 de outubro, data em que Cabo Verde voltou a autorizar os voos comerciais internacionais, suspensos desde 19 de março para o arquipélago para conter a pandemia, que desde então obrigava todos os passageiros (aplicando-se igualmente a ligações marítimas) à apresentação de testes PCR negativos para Covid-19 realizados com pelo menos 72 horas de antecedência.
“Os tripulantes e passageiros que se desloquem por meios aéreo ou marítimo e pretendam desembarcar em Cabo Verde estão obrigados a apresentar o resultado negativo de teste RT-PCR (Real Time Polimerase Chain Reaction by Rever-se Transcription) ou o resultado negativo de um teste de antigénio (antigen test) ou, ainda, qualquer outro teste molecular validado pelas autoridades da saúde, realizado num período máximo de 72 horas, antes do embarque, sob pena de lhes ser recusada a entrada no país”, lê-se na resolução.
Entre outras alterações, esta resolução estabelece que estão excluídas da apresentação de testes moleculares (PCR ou outro) ou de antigénio as crianças menores de sete anos.
Os testes por PCR, ou testes moleculares, pesquisam ácido ribonucleico (RNA) do genoma do vírus SARS-CoV-2 para confirmar se, no momento de realização do teste, existe infeção, sendo conhecidos pela recolha de amostras através do nariz, com recurso a uma zaragatoa. Custam, quando não são solicitados pelos serviços públicos de saúde, 60 euros a 100 euros e os resultados demoram várias horas a serem conhecidos, processados em laboratório.
Já os testes rápidos de antigénio pesquisam se o vírus está presente no organismo, com uma infeção ativa, ao procurar proteínas especificas do SARS-CoV-2, aquando da sua realização, custando cerca de 20 euros para resultados que podem ser conhecidos em pouco mais de 30 minutos.
Cabo Verde contabilizava até ao final do dia 14 de dezembro um total de 11.361 casos de Covid-19, diagnosticados desde 19 de março, com 110 óbitos, mas 97% já foram considerados como recuperados, permanecendo ativos em todo o arquipélago 211 casos, o número mais baixo em vários meses.
A possibilidade de apresentação de testes de antigénio para entrar em Cabo Verde surge numa altura em que o país tenta retomar a atividade turística, que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mas que está parada desde final de março, devido à pandemia, mergulhando o arquipélago na mais grave recessão económica da sua história.
A atividade turística está concentrada nas ilhas do Sal (sem casos ativos diagnosticados de covid-19) e da Boa Vista (um caso ativo).
LUSA/HN
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