“Tal como um enfarte do miocárdio ou um AVC, uma exacerbação grave de DPOC implica o recurso a uma urgência hospitalar e eventual internamento, pelo que os doentes não podem ficar em casa à espera que os sintomas se resolvam espontaneamente”, avisa a SPP.
O presidente da SPP, António Morais, citado em comunicado, lembra que “há situações que podem ser resolvidas com apoio médico, através de teleconsulta e intensificação da terapêutica farmacológica”, mas sublinha que há outras que “só podem ser resolvidas no hospital”.
Recorda ainda que a pandemia de covid-19 continua a atingir picos de incidência no nosso país e que “o acesso aos cuidados de saúde volta a estar condicionado para os doentes crónicos”, alertando para a necessidade de prevenir as exacerbações da DPOC, evitando complicações associadas à doença provocada pelo novo coronavírus.
“A prevenção das exacerbações e o bom controlo da DPOC passa por uma boa adesão à terapêutica, com o devido respeito pela técnica inalatória, pela prática de atividade física, de acordo com as recomendações médicas, pela vacinação antigripal e antipneumocócica”, reforça Marta Drummond, pneumologista do Centro Hospitalar de São João.
A especialista diz ainda que “em nenhuma circunstância o doente deve suspender a sua medicação para o tratamento da DPOC”.
Ana Sofia Oliveira, pneumologista do Hospital de Pulido Valente, defende, por seu lado, que “uma das melhores formas de combater a covid-19 é ter a DPOC bem controlada, já que o risco de complicações da covid-19 é maior nestes doentes”.
Numa campanha que a SPP está a desenvolver, vários pneumologistas juntam-se para reforçar a mensagem de que, apesar das pressões impostas pela covid-19, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde, continuam disponíveis para acompanhar os seus doentes com DPOC.
A DPOC é uma doença respiratória progressiva que resulta da obstrução das vias áreas. Os principais sintomas são a tosse, expetoração e falta de ar.
Em Portugal, a prevalência da doença nas pessoas com mais de 40 anos situa-se nos 14%, sendo que para a DPOC moderada, grave e muito grave a prevalência é de aproximadamente 7%.
A DPOC continua a representar uma das principais causas de morte em Portugal e, de acordo com o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, em 2016 foi responsável por 2.791 óbitos, o que representa 20,7% das mortes por doença respiratória.
LUSA/HN
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