De acordo com o relatório e contas de 2019 do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) de Cabo Verde, recentemente aprovado e ao qual a Lusa teve hoje acesso, este total compara com as 3.633 evacuações médicas, entre as ilhas e para o exterior, em 2018 e com o pico de 3.932 em 2017.
As despesas com transporte e estadia, em evacuações médicas por Cabo Verde, internas e externas, segundo o INPS – que gere as pensões e as contribuições sociais dos trabalhadores -, ascenderam em 2019 a 734.884.000 escudos (6,6 milhões de euros), um aumento de 12,7% no espaço de um ano.
Das 3.891 evacuações médicas em 2019, um total de 319 foram para o exterior, ao abrigo do acordo com Portugal, para tratamento em hospitais portugueses, uma queda de 22,1% face aos 410 de 2018 e que compara também com os 396 de 2017.
As especialidades mais solicitadas nas evacuações para tratamento em Portugal em 2019 foram oncologia (104 casos), cardiologia (67), ortopedia (44), oftalmologia (32) e neurocirurgia (25).
“Apesar da dinâmica dos evacuados para o exterior, concluiu-se o ano 2019 com 549 evacuados ativos em Portugal”, explica o INPS.
Globalmente, as evacuações médicas, suportadas pelo INPS, movimentaram em 2019 um total de 5.562 pessoas, incluindo em alguns casos familiares dos doentes.
Aquele instituto público explica que das evacuações médicas efetuadas, 300 “foram de máxima urgência”, correspondendo a 8,4% do movimento interno, com destaque para a ilha do Sal, que representou 44% do total.
“As evacuações de máxima urgência têm forte impacto nos custos com transportes, por exigirem na maior parte das vezes o recurso a afretamentos de aviões”, admite o INPS.
O ministro de Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, reconheceu no final de janeiro que, apesar do “momento difícil” dos hospitais portugueses, devido à pandemia de Covid-19, Portugal “nunca fechou as portas” aos doentes cabo-verdianos do programa de evacuações médicas.
“Mesmo num momento difícil, nós sabemos a situação de Portugal, dos hospitais em Portugal [devido ao aumento de casos de Covid-19]. Mas mesmo num momento difícil, Portugal nunca fechou as portas e mesmo assim nós continuamos com o programa de evacuações”, reconheceu o governante, na inauguração do novo centro de hemodiálise do Hospital Baptista de Sousa, ilha de São Vicente, cuja construção foi cofinanciada por Portugal.
Arlindo do Rosário insistiu que é de “enaltecer o programa de cooperação entre Portugal e Cabo Verde, particularmente no setor da Saúde”, concretamente em áreas como as evacuações médicas ou pelo “apoio na assistência técnica e formativa” aos especialistas cabo-verdianos, permitindo que o país “ganhe progressivamente competências”.
Lusa/HN
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