No encerramento de um fórum promovido pela Juventude Socialista (JS) intitulado “Vencer o futuro – Faz ouvir a tua voz”, em que participou a título pessoal, Mariana Vieira da Silva respondeu a intervenções anteriores sobre o encerramento das escolas decidido pelo Governo, com efeitos a partir de 22 de janeiro, para conter a propagação da covid-19.
“Eu queria dizer que me revejo nesse problema. Não é por acaso que se procurou evitar o encerramento de escolas até ao limite do possível e que o Governo também já disse que é precisamente pelas escolas que recomeçará o desconfinamento”, afirmou a socialista, membro do Secretariado Nacional do PS, através de videoconferência.
Em seguida, a ministra da Presidência assinalou que atualmente, “apesar de as escolas estarem fechadas, são servidas cerca de 18% das refeições normais de um período de não encerramento de escolas”, considerando que “não é um valor assim tão pequeno”.
Por outro lado, Mariana Vieira da Silva realçou que “neste encerramento de escolas se incluíram medidas que não existiram no primeiro [encerramento de escolas], nomeadamente a possibilidade de alunos com terapias adicionais, com necessidades educativas especiais continuarem a ir à escola presencialmente – e estão a ir”.
Também é possível agora identificar “alunos que precisam de estar presencialmente na escola, não podem estar na escola à distância”, salientou a ministra, observando: “Muitas vezes desvalorizamos esse trabalho que está a ser feito”.
“A nossa vida tem sido muito marcada pela pandemia e eu queria dizer que vai continuar a ser”, declarou.
Na quinta-feira, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência apontou o “número muitíssimo elevado” de pessoas internadas em cuidados intensivos defendendo que “não é compatível” com a criação de “uma expectativa de um desconfinamento para breve”.
“Este é o momento de voltarmos a apelar a todas as portuguesas e portugueses que é preciso considerarmos que estamos com números muito elevados de internamento nos hospitais e nas unidades de cuidados intensivos e, sendo animador o caminho que estamos a fazer, é ainda muito cedo para pensar que ele está perto do fim”, reforçou.
Questionada sobre a possibilidade de as escolas reabrirem, a ministra respondeu: “Parece-nos prematuro falar para esta próxima quinzena de desconfinamento e nomeadamente em matéria de escolas”.
Face ao agravamento da propagação da covid-19 em Portugal, ao abrigo do estado de emergência, que permite a suspensão do exercício de alguns direitos, liberdades e garantias, o Governo impôs um dever geral de recolhimento domiciliário e a suspensão de um conjunto de atividades, desde 15 de janeiro.
Os estabelecimentos de ensino foram, entretanto, encerrados, com efeitos a partir de 22 de janeiro, primeiro com uma interrupção letiva por duas semanas, e depois com aulas em regime à distância.
Em Portugal, já morreram mais de 15 mil doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 796 mil casos de infeção com esta doença provocada por um novo coronavírus, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
LUSA/HN
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