Centros de saúde do Oeste Norte preparados para aumentar vacinação

28 de Fevereiro 2021

A diretora do Aces Oeste-Norte, Ana Pisco, defende que os centros de saúde terão capacidade de resposta ao aumento da vacinação contra a covid-19 e alertou para eventuais dificuldades de ligação ao sistema informático do SNS em postos fora desta rede.

“Os centros de saúde têm capacidade para vacinar mais pessoas e podem dar uma resposta mais rápida desde que a vacinação possa ser planeada com tempo”, considerou a diretora do Agrupamento de Centros de Saúde (Aces) Oeste-Norte, Ana Pisco.

O agrupamento, que integra os centros de saúde de Alcobaça, Caldas da Rainha, Óbidos, Nazaré, Bombarral e Peniche, todos no distrito de Leiria, vacinou, entre os dias 27 de dezembro de 2020 e 23 de fevereiro deste ano, 6.167 pessoas, incluindo idosos em lar, pessoas com mais de 80 anos, profissionais de saúde, bombeiros e forças de segurança.

Destes, 2.706 já receberam a segunda dose.

“Temos aumentado os pedidos de vacinas de semana para semana e, logo que esteja concluída a vacinação nos lares de idosos, o que acontecerá nos próximos dias ou semanas, teremos capacidade para aumentar a capacidade de vacinação nos Centros de Saúde”, disse aquela responsável à agência Lusa.

O Aces está atualmente “a fazer um levantamento de todos os idosos que faltam vacinar nos lares, ou porque ficaram infetados, ou porque na altura da vacinação se encontravam noutro local [como hospitais] ou porque só entraram depois da vacinação”, explicou Ana Pisco, convicta de que “dentro de alguns dias ou semanas esse processo estará fechado”.

Nos seis centros de saúde, que contam com 192 mil pessoas inscritas, decorre agora a vacinação de pessoas com mais de 80 anos, com várias equipas de médico e enfermeiro destacadas, em regime de escala.

A maior dificuldade prende-se com “as dificuldades de planeamento e agendamento”, uma vez que, só depois de “se saber quantas e quais as vacinas disponíveis é que se pode avançar com a convocação dos utentes, que tem estado a ser feita por telefone”.

A convocação por telefone é “muitas vezes morosa” com os idosos a responderem que “ainda não sabem se querem ser vacinados, e depois não sabem se o filho os pode ir levar, ou estão condicionados pelos horários de transporte”, entre outras limitações que,  na maioria das vezes,  “obrigam a mais do que um telefonema para conseguir confirmação”, explica.

Os agendamento da vacinação para maiores de 80 anos, abriga ainda a uma marcação mais espaçada, de 15 em 15 minutos (nos restantes grupos é de 10 em 10 minutos), porque “muitos não conseguem preencher o questionário e precisam de ajuda para despir e vestir”, referiu Ana Pisco, lembrando que há ainda que assegurar tempo para o enfermeiro “puxar a ficha do doente, preencher os dados e registar o lote da vacina”.

O processo de convocatória na área do Aces tem ainda contado com a participação das autarquias, estando as juntas de freguesia de todos os concelhos a colaborar na efetivação de contactos com utentes cujos números de telefone não estão atualizados nas plataformas.

“Estamos a efetuar um levantamento de situações para apurar se se trata de pessoas que podem ser contactadas ou se já não se encontram naquelas freguesias, se mudaram de residência, ou de país”, bem como, referiu Ana Pisco, “a fazer a atualização de óbitos que ainda não foram confirmados pelos serviços de registo”.

Apesar da “logística complicada” que envolve o processo de vacinação, Ana Pisco acredita que, no segundo trimestre do ano, os centros de saúde da região estarão em condições de vacinar em maior quantidade, admitido que isso possa passar pela administração intensiva de vacinas aos fins de semana em Alcobaça e nas Caldas da Rainha, concelhos com o maior número de utentes

Já a instalação de postos de vacinação massiva em locais como pavilhões “levanta questões como o facto de a rede informática da saúde ter que ser 4G” o que a não se verificar poderá “criar problemas no acesso informático e com os registos que têm que ser feitos”, alertou a diretora do Aces.

Porém, a chave será sempre “a planificação atempada”, de acordo com as orientações da ‘task force’, e depois de se saber qual o envolvimento dos hospitais e das farmácias no processo de vacinação, concluiu.

LUSA/HN

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