A ajuda internacional é enviada como “resposta urgente” às necessidades do segundo país mais populoso do mundo, que viu o número de infeções e de mortes multiplicarem-se dramaticamente em apenas algumas semanas, causando o colapso do seu sistema de saúde.
Apesar da grande capacidade de produção do país, conhecida como “a farmácia do mundo”, o setor de saúde começou, na semana passada, a indicar que estava a chegar a um mínimo do material existente, devido ao grande número de doentes que chegam todos os dias aos hospitais.
O Reino Unido disse hoje que fará “todo o possível para aliviar o sofrimento” da Índia e, face à gravidade da situação, enviará ventiladores para evitar a repetição de dezenas de casos de mortes por falta de oxigénio médico nos hospitais.
A União Europeia também anunciou uma resposta coordenada dos Estados-Membros para enviar recursos através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Além disso, a França e a Alemanha informaram que também vão oferecer material para ajudar ao combate da crise, independentemente da resposta do bloco europeu.
No domingo, os Estados Unidos anunciaram o embarque “imediato” de recursos médicos e material para o fabrico de vacinas que permitam enfrentar “com urgência” a grave crise clínica.
O embarque de componentes químicos e princípios ativos para o fabrico de medicamentos é fundamental para a Índia, que abriga o maior produtor mundial de vacinas – o Serum Institute of India (SII) -, produtor da fórmula anti-covid-19 do laboratório sueco-britânico AstraZeneca.
Na semana passada, o fabricante indiano pediu publicamente aos Estados Unidos que suspendessem as restrições à importação de matérias-primas para permitir aumentar a produção de vacinas, já que o Serum é produtor global e principal fornecedor da Índia.
O braço de investimentos do Governo de Singapura, o Temasek, também coordenou, neste fim de semana, o envio para a Índia de equipamentos médicos de emergência, incluindo aparelhos de respiração assistida.
A Força Aérea Indiana informou no sábado que iria enviar navios cargueiros para Singapura para ajudar a transportar novos contentores que permitam aumentar a capacidade de armazenamento do país.
A crise de saúde na Índia, que se tornou explícita em imagens de hospitais saturados, de escassez de alguns medicamentos para tratar o vírus e nas cremações massivas devido ao aumento das mortes, também levou a China, o Paquistão, os Emirados Árabes Unidos e a Austrália, entre outros países, a oferecer ajuda.
“Como gesto de solidariedade ao povo da Índia, no âmbito da atual vaga de Covid-19, o Paquistão ofereceu-se para dar apoio à Índia, com ventiladores, dispositivos BiPAP (para ajudar a respirar), máquinas digitais de raios-X, equipamentos de proteção e outro material relacionado”, disse, em comunicado, o Governo paquistanês, apesar dos frequentes confrontos que tem com a Índia.
A Índia ultrapassou hoje os 17 milhões de casos de Covid-19 e 195 mil mortes, estando a registar uma forte vaga da doença que, segundo o Governo indiano, está “a sacudir o país”.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.100.659 mortos no mundo, resultantes de mais de 146,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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